A expectativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe de auxiliares mais próximos é de que, na reunião da próxima quarta-feira, o Conselho de Política Monetária (Copom) decida não elevar a taxa básica de juros (Selic). Ou, se o fizer, que não chegue ao 0,75 ponto porcentual que vinha sendo projetado pelo mercado financeiro.

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De acordo com um dos auxiliares mais próximos do presidente, Lula já foi informado de que a economia brasileira vem dando sinais de desaceleração. Na quarta-feira, por exemplo, o Banco Central (BC) divulgou o Índice de Atividade Econômica, que ficou estável em maio ante abril. O índice é calculado pelo próprio BC.

Na mesma quarta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou Lula para falar de suas apreensões a respeito dos juros. Disse ao presidente que um aumento da taxa Selic em 0,75 ponto porcentual elevará os juros para 11%, o que, na visão dele, pode comprometer o crescimento do País no próximo ano e nos seguintes. Mantega disse a Lula que até aceita um aumento, desde que não seja o que estava sendo previsto pelo mercado financeiro antes da comprovação da estabilidade no crescimento da economia, de 0,75 ponto porcentual.

De acordo com auxiliares, Lula não pretende conversar com o presidente do BC, Henrique Meirelles, a respeito das queixas de Mantega. Lula julga que não será necessário, porque os dirigentes do BC têm mais informações sobre tendências da inflação e comportamento da economia do que todos os que despacham no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), a exemplo dele mesmo. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano. Todas as projeções feitas pelo mercado financeiro são de que até o fim do ano ela deverá estar entre 11% e 11,5%.

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