A necessidade urgente do Brasil de melhorar sua infraestrutura não pode ser resolvida apenas com o investimento do governo, então o País está adotando medidas para atrair mais investimentos do setor privado, afirmou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O ministro conversou com jornalistas antes de uma apresentação em Nova York, onde dará início a um road show na próxima semana a fim de atrair investidores para mais de US$ 200 bilhões em projetos de infraestrutura planejados para os próximos anos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se comprometeu a financiar a maioria dos projetos, mas “certamente não conseguirá sustentar todas as necessidades desses projetos”, afirmou Mantega.
A infraestrutura de transporte inadequada do Brasil é vista com um dos maiores impedimentos para seu crescimento econômico, que desacelerou abruptamente nos últimos anos devido a restrições de oferta. Após uma expansão de 7,5% em 2010, a economia brasileira cresceu 2,7% em 2011 e deverá registrar crescimento de 1% em 2012. O governo já entregou grandes aeroportos a operadores privados e, no ano passado, anunciou um programa abrangente para privatizar portos, rodovias e ferrovias, além de entregar pelo menos mais dois aeroportos.
“O governo está realizando uma redução de custos na nossa economia para aumentar a competitividade das empresas brasileiras”, disse Mantega. Além de cortar a taxa básica de juros Selic para níveis recordes, o governo está reduzindo impostos da folha de pagamento, fornecendo financiamento subsidiado e impulsionando a rentabilidade das concessões, segundo o ministro.
Mantega destacou também a economia relativamente estável, com a inflação dentro da meta nos últimos cinco anos, e a negociação cambial em uma banda estreita nos últimos três trimestres.
Apesar das críticas crescentes dos investidores de que a inflação está ficando fora de controle, Mantega insistiu que a inflação está “sob controle”, mesmo que o Brasil esteja ocasionalmente suscetível a pressões sazonais e aos picos de preços das commodities globais. Ele acrescentou que as estimativas do mercado colocaram a inflação em 2013 em torno de 5,5%, menor do que a inflação de 2012, de 6,5% – o que está no limite superior do intervalo estipulado pelo Banco Central.
Apesar de as mudanças favoráveis aos mercados nas concessões rodoviárias e ferroviárias terem sido recentemente elogiadas por muitos investidores, os críticos dizem que o ajuste constante afasta alguns investidores já cansados da intervenção do governo. Às vezes, como o vice-presidente da Moody’s, Mauro Leos, disse à Dow Jones Newswires recentemente, no esforço para tornar a política monetária e fiscal mais favorável ao crescimento, há “um trade-off entre flexibilidade e credibilidade”. As informações são da Dow Jones.