O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou hoje a necessidade de adoção de novas medidas para conter o avanço da demanda e do crédito. “Não precisaremos de mais medidas porque já tomamos várias medidas desde o final do ano passado para moderar o crescimento do consumo e do crédito”, disse o ministro, acrescentando que as medidas já adotadas estão surtindo efeito.
No entanto, segundo o ministro da Fazenda, o governo vai continuar a observar o comportamento da economia, apesar da demanda e do crédito já estarem em patamar mais moderado.
Mantega disse que o pior momento da inflação ficou para trás e que agora ela já está numa trajetória descendente. Segundo ele, os principais vilões da inflação, como as matérias-primas (commodities), já estão caindo. “Daqui para a frente, teremos uma redução gradativa da inflação”, disse, após participar de reunião com empresários do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo.
Mantega previu que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em até 6%. O ministro lembrou que o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado no final de março pelo Banco Central, trabalha com uma expectativa para o IPCA de 5,6%, mas ressaltou que relatórios do governo mais atuais já têm uma previsão um pouco superior. “A Focus, que é o que mais interessa, trabalha com 6,31%. Então, podemos afirmar que não fugiremos dos limites (do teto) da meta de inflação”, afirmou, referindo-se à pesquisa semanal do Banco Central que ouve instituições financeiras.
Questionado sobre a alteração na projeção de inflação, feita pelo Ministério do Planejamento, de 5% para 5,7%, Mantega disse que quem dá os parâmetros para o Planejamento é a Fazenda. Então, segundo ele, as projeções do Planejamento são oficiais. De acordo com Mantega, o que mudou em relação à projeção anterior do BC (de março) é que o relatório divulgado pelo Planejamento é bimestral.