O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta quarta-feira, 14, qualquer mudança nos critérios de cálculo pela inflação do IPCA. “Eu desmenti a matéria”, disse se referindo à publicação na imprensa sobre o assunto no mês passado. “Não havia nenhum estudo sobre mudança no cálculo do IPCA. Não há nenhuma mudança, embora alimentos estejam pressionando a inflação. É da vida”, disse. O ministro afirmou que não sabe quem fez a especulação sobre mudança no cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas que não é o pensamento do governo excluir os alimentos do cálculo.

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Segundo o ministro, o crescimento da economia brasileira era maior no período pré-crise, entre 2003 e 2007, quando, diz ele, a média do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País era de 4% ao ano. “De 2008 a 2013 o crescimento foi menor, como aconteceu com os demais países”, afirmou. “Mas a média (de crescimento) é 3,1%, o que é razoável. Com a retomada da economia internacional o que se espera é que a gente possa voltar gradualmente a taxas maiores”, avaliou durante participação em audiência na Câmara dos Deputados.

Superávit primário

O ministro ressaltou que o objetivo do governo é produzir superávits primários cada vez maiores, de forma a voltar a patamares anteriores e reduzir a dívida pública em relação ao PIB. Ele lembrou que, até o ano passado, a meta cheia era de 3,1% com possibilidade de abatimento dos gastos com investimento. “Procurei não mudar a meta mesmo em momentos mais difíceis, de medidas anticíclicas, porque o referencial era cumprir uma meta mais forte. Mas, quando o crescimento é menor, também vai se arrecadar menos”, afirmou.

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“Agora, vislumbrando um período mais favorável, porque a economia vai crescer mais no mundo e no Brasil, podemos ambicionar aumentar a meta”, disse. Ele destacou que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 aumenta a meta de superávit em relação a esse ano. A meta é de 2,5% do PIB, com abatimento de 0,5%. “Não pode ser menor do que 2%”, disse.

Standard & Poor’s

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Mantega voltou a dizer que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s se equivocou ao reduzir o rating do Brasil, “embora tinha tido acesso a todas as informações das finanças públicas”. Em resposta a parlamentares, o ministro disse que a avaliação da agência talvez tenha sido influenciada por um momento de turbulência, “em que todos os países emergentes sofreram problemas com câmbio”.

“Isso se recompôs logo em seguida. Isso demonstrou solidez do Brasil”, disse. “Nós continuamos recebendo fluxo de investimento externo direto, continuamos com investimento em título da dívida brasileira e há confiança do investidor no Brasil”, defendeu. Por último, o ministro disse que a agência “tem direito” de acreditar que o governo não vai entregar um superávit primário de 1,9% este ano, embora o mesmo resultado tenha sido alcançado no ano passado. Em março, a Standard & Poor’s anunciou o rebaixamento da nota de crédito do Brasil. O rating da dívida de longo prazo do País em moeda estrangeira foi rebaixado de BBB para BBB.