O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer hoje que alguns países avançados deveriam voltar atrás e retomar políticas de estímulo fiscal para garantir a recuperação de suas economias. Segundo ele, o assunto foi abordado na reunião de hoje do Comitê Financeiro e Monetário Internacional, no Fundo Monetário Internacional (FMI). Mantega disse que no encontro recomendou a revisão das políticas monetárias e fiscais praticadas nos países avançados.
“Essas políticas não estão sendo suficientes para promover a recuperação dos países. Falta demanda, falta o consumidor voltar ao mercado. Houve uma desativação prematura dos estímulos. Portanto eles deveriam retomar os estímulos fiscais”, afirmou Mantega a jornalistas após a reunião.
Segundo o ministro, é preciso estimular a demanda interna tanto nas economias emergentes como nas avançadas. “Esse é o grande problema que se apresenta. O Brasil já está fazendo isso, mas outros países poderiam estimular mais o consumo interno”, disse, citando como exemplo China e Coreia, países hoje focados na exportação. Mantega acrescentou que os países avançados também deveriam fazer esforço para aumentar a demanda interna. “Esse desequilíbrio é o que leva à guerra cambial, à guerra comercial”, disse.
Mantega ressaltou que o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, já mencionou que existem dificuldades políticas, uma resistência em voltar a fazer política de afrouxamento fiscal. “E os impostos que o (George) Bush (ex-presidente dos EUA) tinha diminuído vão voltar no início do ano que vem. Então, a situação pode até piorar”, alertou.
O ministro disse que estudos feitos pelo FMI deixam claro que a crise mundial não foi superada ainda. “A recuperação é mais lenta do que se esperava e isso está levando a desequilíbrios entre avançados e emergentes e problemas de fluxo de capital, problemas de natureza cambial como as que tenho apontado”, afirmou.