O movimento cambial no Brasil nesta segunda-feira, 19, foi provocado pelos Estados Unidos, com o ajuste de posições que levou os títulos da dívida de dez anos do Tesouro dos EUA (chamados Treasuries) a alcançar o patamar de quase 3%. A avaliação foi feita a jornalistas nesta noite pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele ressaltou que, neste pregão, o mercado esteve sob efeito de estresse, mas a situação dos ativos financeiros do País, especialmente o dólar, está sob controle.

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No exterior, os juros dos papéis do Tesouro dos EUA de 10 anos chegaram a bater 2,9%, mas recuaram no fim do dia para 2,88%. Internamente, o dólar terminou a R$ 2,414 – maior cotação de fechamento desde 2 de março de 2009 -, apesar de atuações do Banco Central.

Mantega citou que o País tem pleno recebimento de Investimento Estrangeiro Direto e que possui US$ 370 bilhões em reservas. “A situação está sob controle. Estamos fazendo leilões para recompra de títulos a fim de atender necessidades dos compradores”, afirmou.

O ministro aproveitou os comentários para fazer um alerta aos investidores que apostam que o real vai apenas se depreciar de agora em diante. “O câmbio no Brasil é flutuante, e é flutuante para os dois lados. Quem está ganhando hoje pode perder amanhã”, afirmou. “É preciso tomar cuidado para não se entusiasmar ao falar que esse câmbio vai muito longe.”

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Perguntado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, se o movimento cambial neste pregão teve caráter especulativo, Mantega respondeu “em parte”. “Esse é um movimento de ajustamento, mas também com componentes especulativos. Tem um pouco de especulação e de mudança de posição nos rendimentos do Tesouro norte-americano”, afirmou. Segundo o ministro, a volatilidade vai diminuir.

Política fiscal

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Antes de evento em São Paulo, Mantega declarou ainda que entre as posições do governo está a de reforçar a política fiscal, caminhando para um “fiscal sólido”. Segundo ele, isso será feito de forma a não induzir interpretações de que o governo utiliza “artimanhas”. O comentário foi uma referência às críticas do mercado de que o governo usa “contabilidade criativa” para fechar suas contas.

O ministro afirmou ainda que a meta de superávit primário do governo central está sendo cumprida e que resta aos governos estaduais e municipais fazerem sua parte. “No resultado primário do mês passado, Estados e municípios já contribuíram. Se eles continuarem a contribuir, fecharemos a meta de superávit primário este ano”, estimou.