O governo antecipou a divulgação do resultado primário de 2013 “para baixar a ansiedade”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Havia alguns analistas que diziam que não cumpriríamos o fiscal. Ficar com essa expectativa até o fim de janeiro não é bom. Então a antecipação vai acalmar aqueles que estavam nervosinhos”, disse.
Esses dados são divulgados, geralmente, apenas na última semana de janeiro. Hoje, Mantega anunciou que o governo central fez superávit primário de aproximadamente R$ 75 bilhões no ano passado, acima da meta de R$ 73 bilhões. Ele destacou, entretanto, que esses números não são definitivos.
Mantega disse que ainda não tem previsão do resultado fiscal de Estados e municípios no ano passado e que só será conhecido no fim deste mês. “Eles têm R$ 20 bilhões e pouco de primário até agora, mas não sei o que ocorrerá em dezembro. Não me arrisco a dar posição”, afirmou.
Mantega afirmou que, “de qualquer forma”, o governo está cobrindo uma parte. “O que o governo teria de cumprir mesmo era R$ 73 bilhões. Nós estamos fazendo mais e isso ajuda a cobrir uma parte que eles poderão não fazer”, disse. A meta de Estados e municípios da 2013 é de R$ 38 bilhões.
Contingenciamento
O ministro afirmou que o governo fará um resultado primário em 2014 que provocará queda da despesa líquida. “Vamos anunciar contingenciamento de 2014 em fevereiro”, disse, em referência ao decreto de contingenciamento.
O ministro falou ainda que “alguns fazem raciocínios impróprios” ao afirmarem que o governo fará primário de apenas 1,1% do PIB. Mantega disse que o governo está “o tempo todo preocupado em reduzir despesa ou não deixar aumentar acima do PIB”. “Temos reduzido várias despesas, que crescem cada ano menos”, afirmou, citando custeio, passagens e diárias. O ministro ponderou, entretanto, que o governo considera educação e saúde como investimentos. “Eles vão continuar subindo dentro do que está no orçamento”, disse.