Mantega afirma que não haverá recessão técnica

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira (2) que o País não vai entrar em recessão técnica, conforme já começam a indicar algumas análises econômicas. Ao comentar a queda na produção industrial divulgada hoje, Mantega disse que é natural que haja uma desaceleração da atividade econômica a partir de outubro, quando houve o agravamento da crise internacional. Mas, segundo ele, essa desaceleração será lenta, diferentemente do que ocorreu nos EUA, onde houve uma contração brusca.

Ele acredita que a desaceleração iniciada em outubro no País continuará em novembro e dezembro, mas minimizou o fato lembrando que já previa uma atividade em ritmo mais moderado no último trimestre do ano. O IBGE divulgou nesta terça que a produção industrial brasileira se contraiu em 1,7% em outubro em relação a setembro.

Para Mantega, apesar da desaceleração, a economia brasileira vai continuar crescendo a taxas positivas. Ao ser questionado sobre a pesquisa Focus divulgada ontem, que mostrou redução nas previsões do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto em 2009, para uma alta de 2,8%, o ministro disse não acreditar que o País crescerá menos que 3% – a projeção oficial do governo para o ano que vem, porém, ainda é de 4%.

Nesta terça, o economista-chefe do banco Morgan Stanley no Brasil, Marcelo Carvalho, estimou que o País entrará em recessão. Ele prevê uma queda do PIB de 0,6% neste trimestre, ante os três meses anteriores, e uma redução semelhante no período de janeiro a março de 2009 em relação ao último trimestre de 2008. Além disso, o Departamento Econômico do Banco Santander afirmou que o PIB agregado deve apresentar queda de 0,2% neste trimestre, em relação ao terceiro trimestre deste ano.

Perdão de dívida

Mantega participou de reunião com o presidente do Senado, Garibaldi Alves, e líderes partidárias da Casa. O tema da reunião foi a medida provisória que vai perdoar dívidas tributárias de até R$ 10 mil contraídas até 2003 e facilitar o pagamento de dívidas também de até R$ 10 mil contraídas de 2003 a 2007. Segundo Mantega, o objetivo da medida é simplificar “bastante” a vida do contribuinte brasileiro. De acordo com ele, a medida deverá ser encaminhada amanhã ou quinta-feira ao Congresso e será acompanhada de outros projetos de lei correlatos, entre eles o que cria o novo modelo de gestão para a dívida ativa brasileira.

Reforma tributária

Embora não tenha sido tema da reunião, Mantega defendeu, na entrevista, a aprovação da reforma tributária, dizendo que é um desejo de toda a sociedade brasileira e que os Estados não vão perder arrecadação com ela, já que está previsto um sistema de compensação. “A reforma tributária vai beneficiar o País e aumentar o crescimento econômico”, disse o ministro.

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