Brasília
(AE) – O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, deverão comparecer nos próximos dias no Congresso para falar sobre a crise dos fundos de renda fixa. A data para a audiência pública, que poderá ser realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, deve ser marcada pelo seu presidente, o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), já na semana que vem.O vice-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PSDB-RR) tomou a iniciativa de colocar as autoridades do governo à disposição dos parlamentares e disse que vai anunciar a disponibilidade na segunda-feira (11). “O governo mais uma vez toma a iniciativa porque não temos nada a esconder”, afirmou.
Jucá negou que tenha havido vazamento de informações sobre a decisão do BC de fazer o ajuste dos fundos de investimento. “O BC não encontrou nenhum indício nesse sentido”, assegurou. Ele refere-se ao fato de os aplicadores terem tirado cerca de R$ 1,8 bilhão dos fundos antes da mudança determinada pelo banco.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) vai apresentar requerimento para a convocação dos integrantes da equipe econômica. Ela quer que, além de falar para a CAE, Malan e Fraga concedam audiência também para a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), já na quarta-feira, dia 12.
Representação
O líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP), disse que seu partido vai entrar com uma representação no Ministério Público para pedir que seja investigada a conduta do presidente do Banco Central e dos diretores da instituição no que se refere à decisão de mudar as regras dos fundos de investimento.
Na representação, o PT vai questionar, também, a posição assumida por Fraga que, segundo o partido, atribui ao crescimento do pré-candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas de intenção de votos a instabilidade no mercado financeiro.
Para o líder do PT, os comentários do presidente do BC caracterizam ingerência indevida de autoridade pública no processo eleitoral.