Rio
(AG) – O ministro da Fazenda, Pedro Malan, bem que tentou acalmar o mercado dando declarações como o “Brasil é maior que essa turbulência”, considerando que a disparada da taxa de risco do país, que pelo segundo dia consecutivo foi a mais alta do mundo, atrás apenas da Argentina, e “não tem nenhuma justificativa nos fundamentos da economia brasileira”, que não mudaram. Malan afirmou ser plausível que o PIB brasileiro cresça 4% ao ano nesta década, desde que o país tenha administrações austeras.Segundo o ministro, é impossível manter um crescimento sustentado em um quadro de instabilidade macroeconômica, com indefinição nas áreas fiscal, monetária e cambial, mas ele citou as ações do governo nas três frentes. Segundo Malan, previsibilidade, transparência e clareza nas regras do jogo são fundamentais para um desenvolvimento sustentável no mundo globalizado em que se encontra o Brasil. Na área fiscal, declarou o ministro, o governo avançou nos últimos anos e, em 30 de junho, completará 15 trimestres com cumprimento de seus compromissos. Malan falou sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a Lei de Responsabilidade Fiscal e os `contratos jurídicos perfeitos’ firmados com 25 estados e 180 municípios, que `devem ser respeitados’ pelos próximos governos.
O aumento da meta de superávit primário (receitas menos despesas, sem contar o pagamento de juros) para 3,75% este ano e em 2003 está ao alcance do país, de acordo com Malan, e vai garantir o declínio da relação dívida/PIB nesta década – e a capacidade do governo de pagar suas obrigações.
Segundo o analista da corretora Sudameris, Fávio Gaudino, “o que aconteceu nesta sexta-feira chama-se pânico. Foi como se já estivéssemos no segundo turno eleitoral e (Luiz Inácio) `Lula’ (da Silva, candidato à Presidência d’ Brasil nas eleições de outubro pela esquerda) tivesse vantagem absoluta. Não tem fundamento”, disse o analista. O problema, é que há “há um excesso de pessimismo”, segundo o economista-chefe da Federação Brasileira de Associações de Bancos (Febraban), Roberto Torster, para quem a dívida brasileira é administrável, e o governo já demonstrou responsabilidade fiscal. O ministro da Fazenda também insistiu em que a dívida “é administrável”.
