Depois da Loja 5.200 ser fechada na semana passada, a fábrica Manchester Papéis e Embalagens também fechou suas portas em Curitiba, deixando os cerca de 40 funcionários sem receber os direitos trabalhistas. A denúncia é do Sindicato dos Papéis, Embalagens e Cortiça. “Vamos esperar até sexta-feira, para ver se sai a rescisão dos contratos dos funcionários”, diz o presidente do sindicato, Agenor de Oliveira Neto. “Já faz tempo que os pagamentos são feitos com dificuldade, e agora ninguém recebeu o fundo de garantia.”
Agenor participou na última quinta-feira de uma mesa-redonda no Ministério do Trabalho para tentar resolver a situação dos trabalhadores. Várias irregularidades foram denunciadas, como atraso de pagamento, não recolhimento do FGTS e INSS, falta de condições de segurança no trabalho, entre outras.
O operador de caldeira João Martins, de 40 anos, que trabalhava na empresa há sete meses, não entendeu o fechamento da fábrica. “Vai fazer um mês que a empresa fechou. Trabalhei no dia 28 de setembro, e quando voltei, depois do fim de semana, já estava tudo fechado”, contou. Os empregados da Manchester Papéis e Embalagens querem que a fábrica pague o que deve o mais rápido possível, e que dê baixa na carteira de trabalho, para que eles possam procurar outro emprego.
“Há alguns dias fazíamos um turno de 8h, e, somente nesse período eram produzidas 7 toneladas de papel, vendidas a R$ 1 o quilo, o que dava R$ 7.000. Então a empresa tinha lucro”, destaca João.
O representante da empresa Maurício Bassil, declarou durante a reunião com o Ministério do Trabalho, que a fábrica está sendo vendida e os funcionários só irão receber o que têm direito quando a venda se concretizar. “Não posso estipular um prazo”, admitiu Maurício, durante a reunião com o Sindicato.
Segundo o sindicato, acordos referentes a cesta-básica, adicional noturno, hora extra, também não foram cumpridos pela empresa. 5.200
Clientes e funcionários da loja 5.200 que fechou suas portas sem nenhuma explicação na semana passada, vão realizar no próximo sábado, às 10h da manhã, um protesto em frente a loja 5.200 na Avenida das Torres, para reivindicar uma solução para o caso. Dezessete funcionários já entraram com um processo na justiça. O pedido do decreto de falência da empresa, na 4.ª Vara da Justiça ainda não foi liberado pelo juiz. (Rubens Chueire Junior)