O turismo brasileiro sentiu em 2003 os efeitos, positivos e negativos, da fraqueza do real em relação a outras moedas. Atraído por preços baixos em dólar, o número de estrangeiros que visitam o país cresceu. Também caiu o total de brasileiros que viajam ao exterior. Segundo dados do Banco Central, os gastos de brasileiros em países estrangeiros diminuíram de US$ 2,396 bilhões em 2002 para US$ 2,261 bilhões no ano passado (-5,6%).
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse ser “evidente” a relação entre essa queda e a perda de poder aquisitivo do brasileiro, gerada pela inflação e pelo alto desemprego.
Ele informou que cresceu o número de estrangeiros no Brasil. De acordo com os dados do BC, os gastos de turistas estrangeiros subiram de US$ 1,998 bilhão em 2002 para US$ 2,479 bilhões no ano passado (+24%).
“Houve mais estrangeiros no Brasil devido a um real fraco que deixou tudo mais barato. Isso a despeito de o país ainda não contar com uma infra-estrutura turística ideal”, afirmou.
Já o saldo entre os gastos de estrangeiros no país e os de brasileiros no exterior ficou positivo em US$ 218 milhões. Segundo o BC, trata-se do melhor resultado desde 1999, ano de forte crise econômica – primeira maxidesvalorização do real – que também prejudicou as viagens ao exterior.