Os perigos para o bolso e para a economia também são relevantes. Alguns analistas defendem até mesmo baixar os juros, uma vez que a maior parte das pessoas não sabe fazer as contas e ver o que estão pagando de fato. Na opinião do coordenador do curso de Ciências Econômicas da UniFae, Gilmar Lourenço, a ?demanda reprimida?, como ele diz, deve ser saciada sim, o que traz qualidade de vida. Mas a cautela é sempre o melhor conselho. ?O País deve se preocupar com a queda nos juros e ao mesmo tempo controlar que os bancos cobram.?
O economista do Dieese, Sandro Silva, diz que é muito positivo o consumismo, uma vez que geram-se empregos (no ano passado, o Paraná teve o segundo melhor desempenho desde 1994). Porém, ele alerta que as pessoas devem ter consciência de que a economia e os seus gastos podem mudar com o passar dos anos. Por isso, é preciso ter cautela nos financiamentos.
Com relação à economia brasileira, o impacto deve vir justamente naquilo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva citou na semana passada: o aumento do consumo pode não ser saciado pela produção e, como conseqüência, vem a inflação.
Mas para Silva, a inflação no Brasil ainda é bastante controlável.
?A inflação que temos é pontual e ocorre muito mais em função do mercado internacional do que por conta do consumismo. Sem falar que estamos produzindo na mesma proporção. Dados da indústria chamam a atenção para o fato de que a maior parte dos investimentos estão sendo feitos em máquinas em equipamentos, o que sinaliza para uma maior produção?, explicou Silva. (MA)