O Fundo de Investimento (FIP) Florestal, que tem como principal acionista a J&F, do empresário Joesley Batista, foi o principal responsável pelas perdas em participações acionárias registradas pelo fundo de pensão dos funcionários da Petrobrás, a Petros, em 2016. O investimento desvalorizou R$ 745 milhões e contribuiu para o resultado negativo de R$ 4,18 bilhões no ano e déficit acumulado de R$ 26,78 bilhões do principal plano de previdência da fundação, o PPSP.
Os ativos do FIP Florestal – um dos sócios da Eldorado Celulose, ao lado da J&F Investimento – são investigados pela Polícia Federal na Operação Greenfield, deflagrada em setembro do ano passado. Há suspeita de supervalorização dos ativos na época da formação do fundo de investimento e também do retorno financeiro contabilizado pelos sócios em 2015.
A Petros também teve perdas com as fatias que mantém na Norte Energia, controladora da Hidrelétrica Belo Monte, instalada no Pará, de R$ 688 milhões; na Invepar, de R$ 630 milhões; e na BRF, de R$ 479 milhões.
Segundo a Petros, para reverter o mal desempenho e adequar a carteira de investimentos à meta atuarial do Plano Petros do Sistema Petrobrás (PPSP), será necessário mais tempo.
Os investimentos deveriam gerar retorno mínimo de 19% para que o déficit fosse evitado em 2016. Em vez disso, a rentabilidade ficou em 11,53%, abaixo da meta atuarial de 12,35%, ainda assim, o melhor retorno dos últimos quatro anos. “A carteira de investimentos do plano e sua baixíssima flexibilidade impossibilitaram uma performance dessa ordem (de 19%)”, afirmou a fundação.
Um plano de equacionamento do déficit do PPSP está sendo preparado e será apresentado à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) assim que aprovado pelo conselho deliberativo da Petros. O prazo de entrega era dezembro, mas mudanças de executivos na diretoria motivaram o pedido de novo prazo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.