Antes de reunião com governadores pra tratar do projeto da securitização, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que vai pedir que eles defendam a aprovação da reforma da Previdência para o início do ano que vem. Segundo Maia, os governadores “precisam dizer em que momento vão ajudar a reduzir suas despesas”, porque em breve “não terá mais de onde tirar receita nova”. “Não adianta a gente ficar discutindo a cada seis meses como vai fechar o orçamento dos Estados, precisamos discutir decisões permanentes. Que se possa ajudar eles (governadores) com o projeto da securitização, mas que eles também possam ajudar as reformas”, disse Maia.

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Para o democrata, é “inviável” governar os Estados sem a aprovação da reforma previdenciária e outras reformas de redução de gastos públicos. “A securitização pode ser importante, mas não é estruturante, não resolve o problema do Brasil e está na hora de a gente começar a resolver o problema do Brasil.”

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Maia criticou a politização do debate sobre a reforma e disse que alguns governadores reconhecem, nos bastidores, a necessidade da matéria, mas se posicionam contra o texto em seus Estados para conseguir se reeleger. “Esse jogo do jeitinho brasileiro precisa acabar, precisamos discutir a reforma de forma transparente e fazer um diálogo amplo, porque acabamos adiando o problema da forma como viemos fazendo nos últimos anos.”

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Segundo Maia, este “não é um jogo de troca” com os governadores, e sim de “diálogo transparente” sobre medidas de redução de gastos. “Ano após ano a gente vai dando receita e a situação dos Estados vai piorando. Muitas vezes o governador põe dinheiro no caixa (através de projetos aprovados no Congresso) e esquece das reformas. Só que esse volume só entra uma vez. Não adianta a gente ajudar e depois o governador falar no Estado que é contra a reforma. A agenda das reformas vai ajudar os Estados”, afirmou o presidente da Câmara. Ele considera que a Câmara terá votos suficientes para aprovar a matéria em fevereiro do ano que vem e destacou que o texto “não tira direitos, pelo contrário”.

Servidores

Maia disse ainda que o governo está analisando as reivindicações dos servidores públicos sobre a reforma da Previdência, mas que eventuais alterações não devem gerar perda na economia esperada com a aprovação da proposta. “Não vamos abrir mão de um real e os servidores sabem disso”, afirmou Maia. Ele considera que os servidores alegam que não possuem regra de transição. “Há uma regra de transição, mas não é a que eles queriam”, avaliou Maia.

O presidente da Câmara disse que o diálogo é importante para que seja possível construir um texto que acabe com “a distorção do maior programa de transferência de renda onde os pobres financiam os que ganham perto do teto”. “Em tese, eles (servidores) deveriam ser os maiores interessados na reforma, os aposentados nem se fala, porque essa é a única forma de garantir que eles recebam a aposentadoria”, disse.