O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, encontrou pela primeira vez neste domingo o ministro da Agricultura do Uruguai, Tabaré Aguerre. A reunião ocorreu na 39ª Expointer (Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários), em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre. Maggi tratou da crescente venda de leite uruguaio para o mercado brasileiro.

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“A avaliação é de que todos ganham com o Mercosul e que em determinados momentos podemos ter problemas de excesso de mercadoria de um lado, que deprime o mercado de outro lado. Neste momento, por exemplo, o Uruguai vem trazendo muito leite para o Brasil, e isso tem incomodado os produtores de leite, principalmente do Rio Grande do Sul”, disse Maggi após o encontro.

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A ideia do governo brasileiro é dialogar com o Uruguai sobre a importação de produtos lácteos pelo Brasil. Uma alternativa seria dar seguimento a tratativas para a fixação de cotas. O pedido foi encabeçado pelo Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) durante audiência com Maggi neste sábado (27), durante a Expointer.

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Na ocasião, o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, entregou ofício ao ministro relatando as dificuldades impostas pela concorrência do leite uruguaio. Só nos primeiros sete meses de 2016, de acordo com o Sindilat, o Brasil importou 101,8 milhões de quilos de produtos lácteos, contra 38,68 milhões de quilos no mesmo período de 2015.

“Não foi na primeira conversa que nós conseguimos avançar. As conversas irão prosseguir”, falou Maggi sobre a reunião com Aguerre. Ao falar com a imprensa, o ministro uruguaio afirmou que Brasil e Uruguai têm economias complementares.

“Desde a criação do Mercosul, houve um crescimento da agricultura no Uruguai que teve como um dos destinos o Brasil. Mas a existência do bloco também significou a perda de muitos postos de trabalho no nosso País”, disse. “Temos que olhar o Mercosul com uma perspectiva de inserção no mercado internacional e não discutir que vá um pouco mais de arroz ou um pouco menos de arroz, ou um pouco mais de leite ou um pouco menos de leite.”

De acordo com o ministro uruguaio, a integração dos países do Mercosul tem que se mostrar “madura e sincera” para poder negociar com os principais blocos econômicos do mundo. “São eles que protegem fortemente as suas agriculturas que são menos competitivas do que as que temos aqui nas nossas regiões”, avaliou.