Madeira quer espaço nas exportações

Os setores madeireiro e moveleiro nacional respondem hoje por 10% das exportações brasileiras, perdendo apenas para minerais e grãos. No ano passado, o faturamento do setor totalizou R$ 9,6 bilhões anuais, e a expectativa é alcançar em dois anos R$ 15,2 bilhões. Apesar de o Brasil ter a segunda maior reserva florestal do mundo – atrás da Rússia -, o País tem apenas 2% de participação no mercado mundial.

As estratégias para modificar esse quadro foram discutidas ontem durante o evento Panorama Mundial, numa promoção da petroquímica Synteko, com o apoio do Grupo Peixoto de Castro (GPC) e associações brasileiras das indústrias de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) e de Painéis de Madeira (Abipa). Para o vice-presidente executivo da Synteko, Gilberto Armando da Costa, o evento serviu para mostrar como o mercado de madeira particulada está se desenvolvendo no mundo.

Segundo o superintende da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Eduardo dos Santos Lima o setor está fechando o ano com um desempenho abaixo do esperado, atingindo cerca de 15% nas exportações. Em função das crises mundiais, o setor perdeu um dos seus principais mercados, a Argentina, que reduziu 80% das compras. Mas como houve uma queda de 50% da importações de móveis, o País acabou conquistando outros mercados, como Chile.

Já o setor de madeira processada mecanicamente movimentou US$ 11 bilhões neste ano. O superintendente executivo da Abimci, Jeziel Adam de Oliveira disse que a saída para fugir das crises econômicas está em descobrir novos nichos de mercado. Hoje, além dos Estados Unidos e Europa, o setor começa entendimentos com a China e a Índia.

Público

O governo federal, segundo o diretor de competitividade sistêmica e estudos econômicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Otávio Prates, vem trabalhando para desenvolver a cadeia madeireira. O primeiro passo foi desenvolver um diagnóstico e metas para o mercado nos próximos três anos. Entre essas metas, diz Prates, está o crescimento superior das exportações em 11%. Outro trabalho do governo é a criação de uma certificação nacional, que poderá melhorar a remuneração dos produtos brasileiros. Prates afirmou que o governo está preocupado com a expansão florestal, pois existem estudos que indicam que até 2005 haverá um deficit de trezentos mil hectares. “Por isso o governo incluiu na política agrícola o plantio de florestas”, disse.

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