O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, estimou nesta terça-feira, 26, que o saldo das transações correntes de maio deve ter resultado negativo de US$ 5,4 bilhões. Se confirmada essa projeção, o resultado seguirá a mesma tendência vista desde o começo deste ano de os déficits mensais ficarem menores do que os seus correspondentes de 2014. Em maio do ano passado, o rombo da conta corrente foi de US$ 7,9 bilhões.

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O técnico enfatizou que os dados parciais da balança comercial já estão mais positivos do que os de 2014 no mesmo período, faltando cinco dias para o fechamento dessa conta. Atualmente, a conta está com superávit de US$ 1,9 bilhão ante saldo positivo de US$ 700 milhões verificado em igual período de 2014.

Para o Investimento Direto no País (IDP), o antigo Investimento Estrangeiro Direto (IED), a projeção do Banco Central é de um ingresso líquido de US$ 4 bilhões em maio. Segundo Maciel, até o dia 22 de maio, o IDP já somava US$ 2,8 bilhões no mês.

Maciel salientou ainda que o resultado das contas externas em abril teve um comportamento muito semelhante ao apresentado ao longo do primeiro trimestre do ano, com os déficits menores do que os verificados em meses paralelos de 2014. Em abril, as transações ficaram no vermelho em US$ 6,901 bilhões ante US$ 9,190 bilhões de idêntico período de 2014.

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Ele lembrou que a projeção da instituição para o ano é de um rombo de US$ 84 bilhões, menor do que o saldo negativo de US$ 104,8 bilhões verificado no acumulado do ano passado. O técnico ressaltou também que, no acumulado de 12 meses, o saldo negativo caiu de US$ 104,8 bilhões no encerramento de 2014 para US$ 100,2 bilhões no acumulado até abril deste ano. “Estamos em trajetória consistente com a nossa projeção de fim de ano”, considerou.

O chefe de departamento fez questão de enfatizar também que o financiamento desse rombo continua ocorrendo por meio do IDP. “O resultado do IDP veio superior a nossa estimativa, muito embora o IDP venha mostrando arrefecimento”, disse.

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Balança comercial

Maciel afirmou que o primeiro trimestre do ano é normalmente menos favorável para a balança comercial. Segundo ele, o segundo trimestre, em contraponto, costuma ser melhor. Ele observou que em abril, pelos dados de contas externas, já é possível ver esse movimento, pois o saldo das transações comerciais ficou positivo em US$ 280 milhões no mês. “O início dos embarques de soja colaborou com o resultado da balança de abril. Em maio, esse número deve melhorar ainda mais”, observou.

O técnico disse ainda que o resultado da balança comercial no quadrimestre registra um déficit de US$ 5,8 bilhões e reflete retrações de exportações e importações. As exportações, segundo ele, estão caindo 16,4%; as importações recuaram 15,7%. “A queda das exportações reflete recuo de 18,9% nos preços”, explicou. Essa queda ocorre a despeito da alta de 3,2% em volume exportado. Já a queda das importações reflete tanto a queda de preço quanto de volume. Os preços recuaram 9,8% no quadrimestre e as quantidades recuaram 6,8%.