O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, salientou nesta quarta-feira, 27, que a queda de 5,8% para 5,6% da inadimplência de maio para junho ainda não é suficiente para avaliar que há uma reversão da tendência de alta, paulatina mas constante, vista nos últimos meses. “Ainda é prematuro dizer que houve uma mudança no comportamento da inadimplência”, afirmou. “Mas a queda de junho não deixa de ser uma boa sinalização”, acrescentou.

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O técnico do BC informou também que os atrasos de pagamento de dívidas de 15 a 90 dias, que são uma espécie de proxy do volume de calotes, recuaram. Entre as possibilidades de causa dessa redução da inadimplência, Maciel salientou o maior volume de renegociações de dívidas, que vem ocorrendo tanto entre o segmento de Pessoa Física quanto de Pessoa Jurídica.

“Vemos que a modalidade de capital de giro tem recuo e a tendência de alta vinha desde 2014. Este é o primeiro recuo desde dezembro do ano passado”, comparou. Nesse segmento, a queda em junho na margem foi de 0,2 ponto porcentual, para 5,5% em junho. No fim do ano passado, a relação estava em 4,6%.

No caso da carteira com recursos livres das famílias, o recuo também foi de 0,2 ponto porcentual de maio para junho, para 6,1%. “Além de a baixa da inadimplência ser só um ponto na curva, é preciso ver que o mercado de trabalho ainda registra desemprego ascendente e isso tende a influenciar a inadimplência”, ressaltou. “Por isso, é preciso ter cuidado para avaliar”, acrescentou.

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