O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, admitiu nesta terça-feira, 30, que “está mais distante” cumprir a meta de superávit primário este ano. “Mas como reforçou o próprio secretário (do Tesouro Nacional, Arno Augustin), o trabalho ainda é o de atingir o resultado”, disse Maciel. A meta do governo central é de R$ 80,8 bilhões, enquanto a do BC é de R$ 99 bilhões.

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No acumulado do ano até agosto, porém, o saldo está, pelos números do BC, em R$ 1,524 bilhão para o governo central e em R$ 10,205 bilhões para o primário. Quando os jornalistas enfatizaram a avaliação do BC sobre essas contas, o economista voltou a responder que a questão deveria ser endereçada à autoridade fiscal.

Fazenda e Tesouro Nacional

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central afirmou que questões sobre o “atingimento” da meta devem ser endereçadas à Fazenda e ao Tesouro Nacional. Ele foi questionado, durante apresentação dos dados fiscais do setor público consolidado, se os objetivos de superávit primário foram abandonados. Ele afirmou, no entanto, que o BC tem trabalhado com outra “estrutura da influência fiscal na política monetária”, o chamado cálculo estrutural. “Como mencionado ontem, o cenário do BC é de neutralidade. Para este ano, o cenário ainda é de que alcance da neutralidade. Como mencionou o diretor Carlos Hamilton ontem (na divulgação do RTI), há risco de a neutralidade fiscal reverter-se”, disse.

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Maciel também alertou que os resultados fiscais têm sido afetados pelo menor dinâmica da arrecadação. Ele observou que o ICMS, que á uma fonte importante para os governos regionais, encolheu 0,3% de janeiro a julho deste ano. “Redução do ICMS é importante para entender o ritmo de receitas dos Estados”, observou.

Despesas

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O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, alegou nesta terça-feira, 30, que não teria como detalhar as despesas dentro do resultado das contas públicas de agosto, porque a instituição não possui o mesmo nível de informação do Tesouro Nacional. Apesar disso, ele enfatizou a alta dos investimentos.

“Não tenho como detalhar as despesas, isso é no âmbito do Tesouro. Mas sabe-se que algumas rubricas têm crescido de forma significante, como a dos investimentos”, comentou. Ele disse que os investimentos do governo central aumentaram 27% nos primeiros oito meses deste ano, ante igual período de 2013, e influenciaram o resultado do lado das despesas.

Maciel não quis responder à pergunta de um jornalista sobre que cor de sinal ele daria para as contas públicas no momento: se verde, amarela ou vermelha. “Essa seria uma avaliação muito simplificada. Prefiro fazer a avaliação de que as contas fiscais precisam ser vistas em um contexto”, desconversou. Questionado, então, sobre o contexto adequado, ele disse que “as contas atingiram o menor superávit da nossa série histórica em agosto”.