Rio 

– O diretor-geral do Fórum Econômico Mundial, Frédéric Sicre, disse ontem que o Brasil perde cerca de US$ 40 bilhões em investimentos diretos estrangeiros devido a problemas como corrupção, criminalidade, falta de eficácia da polícia e do setor judiciário. Ele citou também, sem detalhar, problemas relacionados ao direito de propriedade.

De acordo com Sicre, estes temas foram colocados em uma pesquisa de opinião com cinco mil líderes empresariais em todo o mundo. A pesquisa, segundo o executivo, corresponde a 50% da formação do Relatório de Competitividade Mundial, cuja versão 2002-2003 foi lançada pelo Fórum na semana passada em Genebra. Os outros 50% na composição do documento vêm de dados estatísticos. A mesma pesquisa apontou que os empresários consideram que o Brasil avançou muito em áreas como a transparência das instituições públicas.

Sicre está no Brasil para anunciar a Cúpula de Negócios da América Latina do Fórum Econômico Mundial, que será realizada de amanhã a sexta feira no Rio de Janeiro e deve reunir cerca de 400 líderes de opinião no mundo, sendo 45% do Brasil, 25% de outros países da América Latina, 20% da América do Norte e 10% da Europa Ocidental.

O diretor-geral do Fórum disse que a organização pretende “ter um canal direto” entre a sua presidência, Violy Mccausland, e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, até ontem Lula, o vice-presidente eleito, José Alencar, e o coordenador da transição, Antônio Palocci, não tinham confirmado a presença no evento desta semana do Rio, para o qual foram convidados. O presidente do PT, José Dirceu, recusou o convite. Do PT, só confirmaram presença no evento o senador eleito Aloizio Mercadante e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, que, no entanto, não estariam indo como representantes do novo governo federal.

De acordo com Sicre, por meio do fórum Lula poderia sentir o “pulso da comunidade internacional”. O executivo disse que, com o evento desta semana, o fórum fará recomendações ao governo eleito. A agenda da cúpula inclui planos de ação para governos e para setor privado para a volta do crescimento.

O presidente da organização não governamental (ONG) Comitê para Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio, disse que está havendo esforços para que Lula participe, no ano que vem, tanto do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça) quanto no Fórum Mundial Social em Porto Alegre (RS). Ele citou que, entre outros, o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ) está participando destes esforços.

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