Os consumidores de energia elétrica do Paraná vão comemorar, a partir de domingo (24), a redução nas tarifas pagas mensalmente pela utilização de energia. Segundo informe distribuído ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), os consumidores da classe baixa tensão da Copel, que abrange a grande maioria das residências, pequenas indústrias, comércio e empresas de serviços terão uma redução de -2,04% em sua tarifa de energia. Na média, a redução será de -1,22%. A Copel havia solicitado, na semana passado, um reajuste de 4,52% (em média) nas tarifas de energia do Estado.
?A composição desse percentual (de redução)?, informa a área técnica da empresa, ?é de 2,24% referente ao reajuste tarifário anual (IRT) e de -3,46% relativo aos componentes financeiros ao reajuste anual?. Ainda, segundo a área técnica da Copel, a redução reflete principalmente a queda e menor incidência da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), destinada a subsidiar a geração térmica nos sistemas isolados, basicamente na região Norte do Brasil.
Ao calcular os índices de reajuste, a Aneel considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos gerenciáveis sobre os quais incide o IGP-M, e custos não-gerenciáveis como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais, entre eles a conta de consumo combustível, conta de desenvolvimento energético, reserva global de reversão e taxa de fiscalização.
Os consumidores da classe alta tensão tiveram uma redução média de 0,21%, pelos mesmos motivos, embora algumas subclasses tenham tido aumento.
Consumo vem crescendo
O consumo de energia elétrica no mercado-fio atendido pela Copel, que corresponde a mais de 3,3 milhões de ligações que formam seu mercado cativo, mais os consumidores livres dentro da área de concessão, inclusive os atendidos por outras concessionárias, cresceu 3,8% no primeiro trimestre deste ano comparado a idêntico período de 2006. No acumulado dos meses de janeiro a março de 2007, foram consumidos 5,3 milhões de MWh (megawatts-horas) contra 5,1 milhões demandados no ano passado.
Limitando-se a comparação somente ao mercado faturado pela Copel, o que excetua os consumidores livres supridos por outras companhias, a variação do consumo foi maior e chegou a 4,3% (total de 4,9 milhões de MWh, em 2007, contra 4,7 milhões de MWh em 2006).
Esses patamares de evolução no consumo, segundo a Copel, sugerem uma expectativa de melhoria no desempenho das atividades produtivas paranaenses, principalmente em razão das condições de clima que favoreceram a agricultura e, como conseqüência, toda a cadeia dos agronegócios. ?Quando o ritmo da produção no campo vai bem, ela reflete nos demais setores aumentando a demanda por bens e serviços?, interpreta o presidente da empresa, Rubens Ghilardi.
O círculo virtuoso descrito pelo presidente da Copel ajuda a explicar, por exemplo, a variação de 6,4% na utilização de energia elétrica pelo comércio, setor que significa 19% do mercado consumidor faturado. Nas residências o consumo também aumentou, com 5,7% de crescimento. O segmento residencial responde por 26% de toda eletricidade comercializada pela Copel.
No campo, o consumo de eletricidade cresceu 4,2% no primeiro trimestre de 2007, variação igualmente expressiva na avaliação do presidente da Copel. A classe rural corresponde a 8% do mercado consumidor.
As 57.601 indústrias servidas pela Copel registraram variação de 3,4% no comparativo: elas totalizam participação de 37% no mercado faturado pela Companhia.