Apesar de não ter atingido a meta de saldo de criação de um milhão de empregos formais em 2009, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou que esse “erro” (de estimativa) foi desprezível e que nenhum país do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) conseguiu ter um desempenho no mercado de trabalho tão favorável quando o Brasil. Em 2009, foram gerados 995.110 postos de trabalho no mercado formal. “Eu esperava mais. Não esperava esta queda tão grande em dezembro”, afirmou o ministro. Somente no mês de dezembro, foram fechadas 415.192 vagas.
Ontem o ministro havia dito que esse número ficaria “ligeiramente” acima da média dos últimos anos para meses de dezembro, que era de 300 mil. Lupi explicou que o resultado negativo de dezembro de 2009 acima da expectativa está diretamente relacionado a demissões de trabalhadores temporários. Segundo ele, a queda no mês de dezembro está associada à presença de fatores sazonais, como entressafra agrícola, término do ciclo escolar, esgotamento da bolha de consumo no final de ano e fatores climáticos.
Em dezembro de 2009, dos 25 subsetores, quatro apresentaram elevação do nível de emprego: comércio varejista (+14.002 vagas), serviço médico e odontológico (+735 vagas), instituições financeiras (+368 vagas) e indústria de materiais de construção (+193 vagas). Em termos de setores, apenas o comércio acusou incremento no nível de emprego em dezembro do ano passado, com 10.598 novos postos. Por outro lado, a indústria de transformação teve a maior perda, pois foram fechados 166.040 postos de trabalho, seguido pela agricultura, com 117.216 postos de trabalho fechados.
Segundo Lupi, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) relativos à indústria da transformação refletem os efeitos da crise econômica, principalmente no subsetor de metalurgia. Ele destacou que a agricultura também foi afetada pela crise, principalmente nas vendas de soja e carne para o mercado externo. O ministro disse ainda que está otimista com relação ao mercado de trabalho em 2010. Segundo ele, o Brasil deve fechar o ano com mais de 2 milhões de empregos formais.