O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, detectou hoje uma retomada dos empregos nas empresas voltadas para exportação. “Toda a cadeia produtiva está reagindo muito bem e vai continuar reagindo. No ano passado, dependíamos mais do mercado interno, mas agora a reação foi mais forte no setor de exportação”, considerou, citando áreas como as de calçados, têxtil e metalurgia. Isso é possível, de acordo com o ministro, porque está havendo uma reação também do mercado externo, após os impactos da crise financeira internacional.
Dentro da Indústria de Transformação, por exemplo, que foi um dos destaques de alta de geração de empregos no mês passado, sete subgrupos apresentaram números recordes. Entre eles, e o principal é a indústria têxtil, que criou 11.485 postos de trabalho em março. Esse número é o maior não apenas para o mês, mas tornou-se o maior saldo de todos os meses da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
A indústria metalúrgica criou 10.111 postos em março; a de calçados, 9.254 postos e a de material de transporte, 6.579 postos. Já a indústria química registrou um incremento de 5.872 vagas no mês passado, seguida pela indústria de material elétrico e comunicação (3.975) e de minerais não metálicos (2.207).
Lupi, que espera uma criação líquida “histórica” de vagas formais de trabalho para abril (entre 340 mil e 360 mil), avaliou hoje que os números recordes já verificados em janeiro, fevereiro e março, para esses específicos meses, têm se dado em função da necessidade de formação de estoques pelas empresas. Além disso, ele acredita que parte dessa contratação pode ser explicada pelas demissões ocorridas de forma mal calculada no ano passado em função da crise financeira. Os recentes números positivos do mercado de trabalho revelam, segundo Lupi, o crescimento da atividade brasileira. “Nada mede melhor atividade do que emprego”, considerou.
Agricultura
A Agricultura foi a responsável pela geração de 10.366 postos de trabalho em março, segundo o Caged. Esse resultado foi o quarto melhor para o mês na série histórica do dado. O principal destaque foi o cultivo de cana-de-açúcar, que criou 22.615 vagas no mês passado. Apenas em São Paulo foram 18.705 postos de trabalho nesse segmento, além de 2.570 de Minas Gerais e 2.067 do Paraná. No caso do cultivo de café, foi constatada a formação de 1.856 vagas líquidas de trabalho – lembrando que o Caged apenas compila dados provenientes do mercado de trabalho formal. Os destaques foram os estados da Bahia (947 postos) e de Minas Gerais (570 postos).
Já o cultivo de outros produtos de lavouras permanentes registrou decréscimo de 8.364 vagas no mês de março, com destaque negativo para Santa Catarina (-4.942) e Rio Grande do Sul (-3.441). Lupi atribuiu o desempenho não tão positivo do setor – quando comparado à indústria e comércio – à fase de entressafra de produtos importantes. Ele projeta que o mês de abril será o maior de toda a história na criação líquida de empregos formais e disse contar com o resultado da agricultura em sua projeção. “Esperamos a melhora do plantio de safra em algumas regiões do Nordeste. Isso depende da região, da chuva, do momento”, considerou.