O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai entregar o plano técnico para a criação de um fundo mundial contra a fome ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, no dia 20 de setembro, em Nova York. Nesta semana, representantes das Nações Unidas e do Brasil, França e Chile se reunirão em São Paulo para preparar o projeto técnico do fundo, numa das atividades paralelas da XI Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento).
O projeto estará concluído em julho, segundo Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula para assuntos internacionais. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a viagem do dia 20 de setembro está confirmada, mas o encontro com Annan não deve acontecer dentro da sede da ONU. Antes, no próximo dia 22, o presidente deve ir à ONU, em Nova York, para participar de um encontro com Annan e a Global Compact Summit, uma rede de empresas voltadas para a responsabilidade social.
Lula falou do fundo pela primeira vez em 2003, no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Desde então, tem repetido sua proposta e no início do ano, em Genebra, ganhou o apoio do presidente da França, Jacques Chirac, do presidente do Chile, Ricardo Lagos, e do próprio Annan.
O fundo seria bancado com a criação de um imposto sobre a venda de armas e negociações financeiras internacionais. Os líderes decidiram criar um grupo técnico para estudar a criação da taxação. Os integrantes do grupo se reunirão em São Paulo, entre terça e quinta-feira, segundo Marco Aurélio Garcia.
“Será um dos eventos paralelos à Unctad de importância para o Brasil”, afirmou Garcia.
Em Genebra, Lula e Chirac divulgaram um documento, onde lamentavam o fato de que “um grande número de países não vai conseguir alcançar as metas de desenvolvimento” fixadas na Reunião de Cúpula do Milênio para 2015.
“Lembramos que 1,1 bilhão de pessoas luta para sobreviver com menos de um dólar por dia”, declararam em Genebra.