O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que fará forte pressão para que as empresas de telefonia levem a banda larga de internet para todo o Brasil. “Se elas não fizerem isso, o Estado o fará”, disse o presidente durante a cerimônia de abertura da 2ª Conferência Nacional de Cultura, em Brasília, na noite de quinta-feira.

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Lula referia-se ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) que, segundo ele, vai contribuir para a difusão da cultura no Brasil. Ele afirmou que há seis anos, com os problemas financeiros da empresa americana AES, a rede de fibras ópticas da Eletronet voltou ao controle do Estado. “Eu achei que seria fácil, era do governo, tem fibras ópticas para tudo quanto é lado, vamos fazer…”

No entanto, disse o presidente, foi preciso brigar na Justiça durante cinco anos para que a rede voltasse de fato às mãos do Estado. Aí, segundo Lula, quando as empresas perceberam que o governo faria o Plano de Banda Larga, eles responderam: “Nós fazemos, nós fazemos, nós fazemos”.

O presidente disse que então decidiu dar um prazo para que eles começassem a trabalhar. “Eu dizia para os companheiros no governo: eles podem fazer, acho que devem fazer, mas só vão fazer na hora em que eles perceberem que o Estado está preparado para fazer, e se eles não fizerem, o Estado fará, porque se o Estado não estiver preparado, eles não farão.”

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Para Lula, ninguém quer levar internet banda larga para lugares distantes, porque não dá dinheiro. “Eles querem levar internet onde tem público. É como o telefone fixo, é como o Luz para Todos. É melhor fazer ligações na Avenida Copacabana, mesmo que tenha alguns gatos, do que fazer lá no sertão de Pernambuco, lá nos cafundós da Bahia, lá na Paraíba, porque as pessoas só pensam no lucro”, disse.

O Plano Nacional de Banda Larga é uma promessa eleitoral que só poderá ser cumprida no próximo governo. Antes, Lula diz que terá de reativar a Telebrás, que teve as subsidiárias privatizadas em 1998. A decisão sobre a nova vida à empresa será tomada em abril, quando o presidente voltará a se reunir com os ministros para tratar do assunto.

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Não é a primeira vez que Lula faz pressão sobre empresas privadas, utilizando-se do argumento de que pode acionar o Estado. Em outubro do ano passado ele chegou a conversar com o presidente da mineradora Vale, Roger Agnelli, para que a empresa investisse em siderurgia, evitando exportar apenas o minério bruto.