Lula reafirma estabilidade e investimentos

Foto: Agência Brasil
Lula em Campinas: política econômica não vai sofrer mudanças.

Em discurso em Campinas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que as metas do governo são: manter a estabilidade econômica, investir em infra-estrutura e atrair recursos para projetos que atendam a classe mais pobre do País. ?É com esses critérios de comportamento que a gente pode ter um País desenvolvido de forma mais justa. Nós não queremos que os empresários ganhem menos, queremos que o trabalhador ganhe um pouco mais?, disse o presidente, ao participar (em Campinas/SP) do lançamento do edital de licitação para as empresas interessadas em tomar parte do aeroporto industrial, que será implantado no Aeroporto Viracopos.

O presidente voltou a dizer que não vai intervir na cotação do real em relação ao dólar. Segundo ele, o câmbio vai se equilibrar com a queda da taxa de juros e o controle da inflação de forma que não será necessário ?o presidente da República fazer um decreto, uma medida provisória ou invente uma mágica?. ?Não há possibilidade do País dar certo se a gente tentar inventar uma lógica do câmbio?, afirmou.

Ele reiterou que a política econômica não sofrerá mudanças. ?Nada me fará, por causa do ano eleitoral, tomar uma decisão de colocar em risco tudo o que nós plantamos até agora. E não foi pouca coisa e vocês sabem disso?.

Lula reafirmou que os pobres têm prioridade nas ações do governo. ?No Brasil, pobre não é mais tratado como cidadão de segunda classe?, disse. No discurso, lembrou que o projeto inicial da segunda pista previa a retirada de mais de cinco mil famílias que vivem próximo ao aeroporto.

No entanto, a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) alterou a proposta e direcionou a pista para uma área rural, permitindo a permanência das famílias na região. Com a mudança do projeto, o governo economizará R$ 270 milhões e a comunidade local ganhará pavimentação, iluminação, água encanada e áreas de lazer.

A cidade de Campinas é considerada um pólo de alta tecnologia do País. Nos últimos quatro anos, movimentou US$ 1,1 bilhão em produtos.

Candidato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso típico de candidato à reeleição, ao participar do evento em Campinas (SP). Recebido por uma platéia composta, principalmente, por moradores da região, que pediam a reeleição dele, Lula discursou de improviso por cerca de 40 minutos e exaltou temas como as condições de vida da população mais carente, a necessidade de se investir em educação para transformar o Brasil numa grande nação e a importância de manter o controle inflacionário em benefício dos trabalhadores.

Ao se dirigir ao prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) Lula afirmou: ?Eu tenho fé em Deus, Hélio, de que você, eu sendo o presidente ou não, vai convidar-me para vir aqui para a gente poder mostrar a este povo o aeroporto pronto, as empresas progredindo e eles morando decentemente.? O presidente ouviu ao longo da cerimônia gritos como ?Um, dois três, Lula outra vez?.

Lula também dedicou boa parte da fala a avanços feitos pelo governo na área da educação. ?Nenhuma nação será grande, se não tiver investimento forte em educação?, disse, atribuindo a ele próprio e à origens o sucesso alcançado até agora.

?Não é à toa que eu dizia que era preciso chegar um metalúrgico à Presidência para cuidar da educação deste País.? 

Brasil tem oportunidades para investimentos

Brasília (ABr) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou ontem empresários brasileiros e estrangeiros para investirem nas ?oportunidades de infra-estrutura? que o Brasil e outros países da América do Sul estão oferecendo. ?Venham discutir conosco as possibilidades de parceria entre empresas. Venham discutir conosco o desenvolvimento do nosso País e da América do Sul?, convidou o presidente, na cerimônia de encerramento do Fórum Econômico Mundial na América Latina, em São Paulo.

As oportunidades não podem ser jogadas fora, como aconteceu no século 20, disse Lula aos participantes do fórum – cerca de 250 empresários, políticos, acadêmicos e representantes da sociedade civil, que buscavam informações sobre como a América Latina pode atingir um crescimento sustentado com igualdade social.

Segundo o presidente, o ?desafio? de agora, no século 21, cala muito fundo na sua consciência e na consciência dos empresários brasileiros. ?Nós não temos o direito de frustrar a expectativa que este País tem para o seu crescimento?, afirmou.

Aos empresários estrangeiros, o presidente lembrou que o ?desafio? que está sendo colocado é o de olhar para o Brasil sem ?preconceito?. ?É o desafio de olhar um país que, em apenas dois anos, tirou mais de três milhões de pessoas que estavam abaixo da linha da pobreza?.

Ao falar da geração de empregos no País, Lula disse que o Brasil, depois de conhecer, anos e anos, o crescimento da economia informal, ?está, em apenas 36 meses, com uma criação de quatro milhões de empregos novos formais?.

Segundo ele, para manter sólida a economia brasileira, não é preciso fazer mágica. ?Não temos que fazer mágica. Temos que aumentar nossas exportações, sobretudo exportar bens de capital, para que nossa indústria tenha uma renovação tecnológica condizente com os nossos desejos de crescimento?, explicou aos empresários.

Sobre a redução da taxa de juros, o presidente reconheceu que é preciso baixar, mas sem deixar a inflação voltar. ?Não permitiremos que volte a inflação e não vamos abrir mão da estabilidade. A estabilidade que eu quero para o País é a estabilidade que eu quero para minha família. E, se eu fui capaz de construir uma família estável, que já dura 32 anos, muito mais fácil será manter a estabilidade do País no mandato de apenas quatro anos?, concluiu.

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