Confiante de que não errou ao dizer que o Brasil estava pronto para o “espetáculo do crescimento” e que a crise econômica passaria pelo Brasil como uma “marolinha”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem um pedido de desculpas dos que o criticaram. “Eu me lembro, como se fosse hoje, que fui na Ford em julho ou agosto de 2003, quando citei a frase do espetáculo do crescimento. Ninguém nunca me pediu desculpas. Eu também não quero mais”, ironizou.

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Em São Bernardo do Campo, onde participou de um debate sobre o impacto da crise na região, Lula disse ter enxergado o potencial do País na época. O mesmo, destacou o presidente, ocorreu quando procurou fazer uma avaliação do impacto que a atual crise poderia ter na economia brasileira. “Quando nós dizíamos que era marolinha, não é porque nós não tínhamos ideia do tamanho da crise.”

O presidente investiu no discurso de que a indústria brasileira exagerou ao reagir à eclosão da crise nos Estados Unidos, no fim do ano passado. “Não existia nenhuma razão para a brecada que demos nos meses de novembro, dezembro e janeiro.” O entusiasmo foi tanto que Lula precisou se desculpar para a plateia quando discursava sobre seu empenho em rodar o mundo para promover produtos brasileiros. “Hoje, não tem mais esse negócio de o presidente ficar com a bunda na cadeira – desculpem o palavrão – achando que as pessoas vão vir aqui comprar”, disse.

Esse não foi o único momento em que Lula arrancou risos da plateia. Ao comentar as dificuldades de estimular as vendas de carros usados, ele disse ter ouvido da direção do Banco do Brasil que faltava “expertise” ao País nesse segmento. “Não tem expertise, vamos comprar. O Corinthians não está sem centroavante? Compra um. Comprou o Fofão, mas o Fofão cismou de fazer lipo”, brincou, em referência ao jogador Ronaldo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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