O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje, durante almoço promovido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que os produtos brasileiros ocupem mais mercados na América Latina e na África. Segundo o presidente, os países desses continentes, antes dependentes de economias desenvolvidas como os Estados Unidos, estão cada vez mais procurando itens fabricados no Brasil.
Lula deu como exemplo Guatemala e El Salvador, que devem comprar, respectivamente, 3.500 e 4.800 ônibus brasileiros. “Os Estados Unidos não têm mais a visão de integração continental como havia antes. Hoje, é cada um cuidando de si por conta da crise.”
O presidente contou que em reunião recente com empresários mexicanos disse ser “uma vergonha” o comércio entre Brasil e México de apenas US$ 7 bilhões. Para Lula, esse valor poderia crescer para algo entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões. Lula disse acreditar que há um grande potencial de exportação para países latino-americanos e africanos. Na opinião dele, é mais provável que essas nações comprem produtos brasileiros do que de países desenvolvidos, de maior poder tecnológico. “Nunca vi um mascate vender roupa na Avenida Paulista. Quem vende na Paulista é butique. O mascate vai até Itaquera e Pirituba (bairros afastados da região central de São Paulo)”, afirmou.
Para os empresários da indústria automotiva, Lula afirmou que o País não deve se contentar em ser o quinto mercado mundial de veículos. “Nós precisamos trabalhar sob a perspectiva de atingir o máximo. Eu sou fissurado para que o Brasil ocupe um lugar de destaque”, disse o presidente.