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Foto: Agência Brasil

Thabo Mbeki, presidente da África do Sul, Lula e o primeiro-ministro indiano Manmoham Singh.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, na abertura da sessão plenária da Reunião de Cúpula do Fórum Índia-Brasil-África do Sul, que uma das prioridades do Brasil é aprofundar as relações comerciais com países em desenvolvimento, mas ressaltou que o País não pretende, com isso, ?descuidar das relações com o mundo desenvolvido?.

?Essas duas vertentes da nossa política externa não são de soma zero, mas complementares. Uma reforça a outra?. Lula destacou que cerca de 53% das exportações brasileiras têm como destino os países em desenvolvimento. Segundo ele, de 2000 a 2005, as vendas para Índia e África do Sul passaram de US$ 500 milhões para US$ 2,3 bilhões e de US$ 530 milhões para US$ 1,7 bilhão, respectivamente. Para a Índia, os produtos mais vendidos são aviões e, para a África do Sul, automóveis.

O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, destacou que os três países têm interesses comuns, mas lembrou que, para a cooperação trilateral avancar é preciso criar alianças e parcerias com o empresariado. ?O papel do empresário e dos nossos governos será fundamental?. Ele disse acreditar que o grupo não avance por causa da concorrência das três nações. ?Confio que nós concordamos que as oportunidades superem a ameaça.?

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O primeiro-ministro indiano, Manmoham Singh, reafirmou a necessidade de facilitar o tráfego de pessoas entre os três países e mencionou um acordo firmado entre as três nações, na área de transportes marítimos e serviços aéreos. De acordo com Singh, esses acordos precisam ser postos em prática para que a Índia se torne uma porta de entrada para a Ásia, o Brasil, a América Latina e a África do Sul, para o restante do continente.

Na oportunidade, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, apresentou as conclusões da reunião de empresários que se realizou na terça-feira. Entre elas, conclusões, estão a mobilização de recursos para melhorar o comércio entre os três países, o intercâmbio cultural e a criação de uma agência de notícias e de um fundo trilateral para pesquisa científica.

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Integração entre empresas é necessária

Brasília (ABr) – Brasileiros, indianos e sul-africanos defenderam, ontem, a necessidade de maior integração comercial das empresas dos três países durante a abertura da 1.ª Reunião de Cúpula do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (Ibas).

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea), Rogelio Golbarb, afirmou que há uma grande diversidade entre as empresas dos três países e é preciso usar esse ponto para fortalecer o comércio. ?O grande desafio é usar a diversidade para fazermos um comércio que não seja predatório e que não prejudique nossas empresas?.

O presidente da Confederação das Indústrias Indianas, R. Seshaiyee, disse que falta às empresas de seu país maior conhecimento dos negócios das empresas dos outros dois países, mas essa lacuna pode ser preenchida com a realização de missões para conhecer as empresas brasileiras e sul-africanas. Ele também enfatizou a necessidade de os governos dos três países adotarem medidas para melhorar o comércio.

O representante dos empresários sul-africanos, Patrice Motsepe, afirmou que há um grande potencial para o comércio entre os três países. Para ele, as empresas sul-africanas, indianas e brasileiras estão entre as melhores do mundo, o que favorece o intercâmbio comercial. Ele também disse que a meta do Ibas é alcançar US$ 10 bilhões nas trocas comerciais dos três países. Ele conclamou todos a se engajar para atingir esse objetivo.