Os países ricos devem estar dispostos a pagar para ajudar os países em desenvolvimento a proteger o meio ambiente, disse o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, numa entrevista ao site da BBC. Segundo o presidente, isso deveria incluir o investimento na produção de biodiesel e etanol nos países africanos.
Lula participa nesta semana, como convidado, da reunião do G-8 que discutirá o aquecimento global. "Os países têm de pagar para que os países pobres evitem a destruição das florestas e adotem modelos de desenvolvimento que não gerem poluentes ou emissões de gases que provocam o efeito estufa", disse Lula. "É isto que estarei discutindo na reunião do G-8", acrescentou.
O presidente negou que os planos do Brasil de destinar mais terras para a produção de etanol, ao invés da produção de alimentos, aumente a pressão sobre a floresta Amazônica e cause mais devastação. "O Brasil tem 440 milhões de hectares para a agricultura. A cana-de-açúcar usa apenas 1% disso. A soja usa somente 4% e a pecuária, 29%. Então, a questão não é terra, e nem é a floresta porque a Amazônia não é uma área boa para a produção de cana", disse Lula. "O Brazil não quer ser o único país a cultivar cana ou produzir biodiesel", afirmou.
Na opinião de Lula, as nações ricas "deveriam ajudar os países africanos a produzir biodiesel e etanol de forma que possamos criar empregos e riqueza na África".
Lula está em Nova Délhi, capital da Índia, para negociações em torno do estreitamento de laços comerciais entre a Índia e o Brasil, duas das principais economias emergentes do mundo. As informações são da Dow Jones.