O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fazer um “monumento à perereca” no viaduto da BR-101 em Osório (RS). A obra ficou seis meses parada para que se estudasse o comportamento do anfíbio. “Se ela é tão importante, deve ter um monumento junto com a placa”, disse.
Lula disse que está reunindo casos como esses, “coisas hilariantes que acontecem no Brasil e que ninguém assume a responsabilidade”, para fazer um livro. Ele pediu contribuições a seus subordinados e aos empresários. Uma espécie de perereca foi também responsável pela interrupção das obras do arco rodoviário do Rio de Janeiro. As hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, por sua vez, foram atrasadas por causa dos bagres da região.
À vontade, vestindo uma bata branca em vez de terno durante a cerimônia hoje de assinatura da concessão da hidrelétrica de Belo Monte, uma obra que só saiu do papel depois de três décadas de discussão, Lula reclamou da demora do próprio governo em resolver esse tipo de impasse. Ele lembrou que a hidrelétrica de Tijuco Alto, na divisa do Paraná com São Paulo, um projeto que o empresário Antônio Ermírio de Moraes quer empreender “desde jovem”, vive no impasse por causa das cavernas que existem na região.
Lula contou que foi alertado pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sobre o “problema da caverna” na ferrovia Oeste-Leste, cuja obra foi lançada hoje, na Bahia. “Se tiver caverna lá embaixo, vamos mudar logo esse projeto e passar por fora”, defendeu. Uma obra da interligação de bacias do São Francisco ficou paralisada após ser encontrado um objeto que parecia ser uma machadinha indígena. Meses depois, concluiu-se que era uma pedra. “Ninguém diz quanto o povo brasileiro está pagando por esses atrasos.”