Lula prevê duplicar os negócios com a Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem, em Caracas, na Venezuela, acreditar que o comércio do Brasil com a Venezuela deva dobrar em 2005. Durante viagem a Caracas, Lula disse que o intercâmbio comercial entre os dois países passou de US$ 800 milhões para US$ 1,6 bilhão entre 2003 e 2004 e que deve chegar a US$ 3 bilhões neste ano.

"O evento de hoje (ontem) dá continuidade a uma bem-sucedida série de encontros iniciada em 2003. Mas ele é também especial, pois se dá em um momento em que nossos dois governos decidiram tornar realidade o sonho de forjar uma verdadeira aliança estratégica. Essa associação dará complementaridade inédita às nossas duas economias", disse Lula a empresários, durante reunião realizada no Palácio Miraflores, em Caracas, que contou também com a presença do presidente venezuelano, Hugo Chávez.

O objetivo, segundo Lula, é que haja um equilíbrio nas trocas comerciais entre o Brasil e a Venezuela para que os dois países sejam beneficiados pela corrente de comércio.

"A integração da América do Sul é prioridade número um da política exterior de meu governo e ela exige um aumento das trocas comerciais, no contexto de um comércio regional mais equilibrado."

Em seu discurso, Lula afirmou ainda que para estimular as economias dos dois países é preciso dar ênfase aos investimentos, principalmente na questão de infra-estrutura.

O presidente brasileiro citou os entendimentos entre a estatal petrolífera venezuelana PDVSA e a Petrobras para a construção conjunta de uma refinaria no Brasil e prospecção na Venezuela; a cooperação da PDVSA e da brasileira Braskem para a construção de uma petroquímica binacional; e os entendimentos com a Embraer, que permitirão que Venezuela se associe ao processo de montagem de aviões; além da ajuda venezuelana no monitoramento do espaço aéreo da Amazônia.

Lula também disse que o Brasil precisa de um novo ciclo de crescimento, constante, para pagar a dívida social com o povo, o que poderá ser alcançado com a construção da Comunidade Sul-Americana de Nações. "Eu tenho o compromisso de pagar, e com essa aliança estratégica entre Venezuela e Brasil e a construção da Comunidade Sul-Americana tenho esperança que logo estaremos colhendo os frutos da nossa ousadia política", afirmou.

Nova refinaria

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que acompanha o presidente Lula na viagem a Caracas, informou ontem que a nova refinaria da Petrobras ficará em Pernambuco e se chamará Abreu Lima (general pernambucano que lutou ao lado Simon Bolívar). O projeto, que vinha sendo disputado por vários estados da Federação, entre eles Rio de Janeiro e Espírito Santo, custará cerca de US$ 2 bilhões e será feito juntamente com a estatal venezuelana PDVSA.

A nova refinaria terá capacidade para processar de 150 mil a 200 mil barris de petróleo por dia. Ontem, na viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Venezuela, foi assinado um protocolo de intenções entre representantes da Petrobras e da PDVSA para a construção do projeto.

Os demais protocolos na área de petróleo prevêem quatro blocos de exploração e produção de petróleo, na Venezuela, em parceria com a PDVSA; estudos para uma planta de fertilizantes; intercâmbio tecnológico e transferência de tecnologia do Brasil para a produção de etanol e biodiesel.

Em Caracas, também será assinado um protocolo para a construção da já anunciada fábrica de lubrificantes da Petrobras em Cuba, construída em parceria com a PDVSA e a estatal cubana Cupet. A idéia é que a produção seja destinada ao consumo interno e à exportação para os vizinhos caribenhos.

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