Lula fala de FMI a Chirac e Schröder

Na seqüência de telefonemas internacionais para pedir ajuda nas negociações com o FMI (Fundo Monetário Internacional) por mudanças no cálculo do superávit primário (as economias feitas para o pagamento da dívida pública), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou ontem para o presidente da França, Jacques Chirac, e para o chanceler alemão, Gerhard Schröder.

Na última terça-feira Lula telefonou para o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. O apoio americano é bastante importante para o Brasil. Os Estados Unidos são o país com maior poder de decisão no Fundo, com 17,14% dos votos. O Brasil detém apenas 1,41% dos votos.

Bush, no entanto, não se comprometeu com o brasileiro. Disse apenas que analisaria a proposta e que voltaria a tratar do assunto no futuro. Não há data marcada para uma nova conversa, segundo o porta-voz da Presidência, André Singer.

O Brasil quer que os recursos aplicados em investimentos pelas estatais dos países que integram o Fundo não sejam calculados como gasto, o que afeta as contas públicas.

Lula fez o mesmo apelo, na última terça, ao presidente do governo espanhol, José María Aznar.

A necessidade de haver um aumento nos investimentos em infra-estrutura já havia sido discutida no domingo, em churrasco na Granja do Torto, entre Lula e o diretor-gerente do FMI, Horst Köhler.

Köhler renuncia para presidir a Alemanha

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Horst Köhler, 61, aceitou ontem sua indicação para assumir a Presidência da Alemanha e renunciou ao cargo na organização. Köhler afirmou a repórteres em Washington (EUA) que queria levar sua experiência internacional ao posto de presidente. A atual vice-diretora da instituição, Anne Krueger, assume o posto interinamente, acrescentou.

“Fico profundamente honrado com a indicação para concorrer ao cargo de presidente federal da Alemanha”, disse Köhler.

A oposição de centro-direita alemã – que detém a maioria na assembléia que decide quem será o próximo presidente, no dia 23 de maio – havia indicado Köhler para a Presidência, o que desencadeou grande especulação em torno da escolha do nome que assumirá a instituição financeira.

O FMI, tradicionalmente liderado por europeus, é uma instituição-chave à estrutura financeira do pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e recentemente teve papel fundamental também em crises como as da Rússia, Ásia, América Latina e Turquia.

A indicação de Köhler para assumir o FMI veio depois de uma amarga batalha que questionava a mudança da direção da casa, que tradicionalmente vai para “mãos européias”.

O nome do próximo chefe do FMI é definido pelo corpo executivo da instituição, formado por 24 representantes dos 184 países-membros. Entre os nomes cotados para o cargo estão os franceses Jean Lemierre e Briton Andrew Crockett.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo