Depois da assinatura de atos com o governo russo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a manifestar hoje preocupação com a nova crise financeira que atinge os países da Europa. “O momento é importante, porque a crise econômica que começou nos países ricos não só não está resolvida como voltou com muita força na Europa. É inexplicável que um país do tamanho da Grécia cause um pânico nas bolsas do mundo”, disse Lula, acrescentando que isso comprova que não há controle do sistema financeiro internacional.
Lula lembrou que esse assunto já vem sendo discutido desde a primeira reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), quando foi discutido um maior controle dos mecanismos financeiros. Para o presidente, essa nova crise demonstra que “ainda não fizemos a lição de casa”. Ele disse que na próxima reunião do G-20, no Canadá, o Brasil e a Rússia devem mostrar como superaram os problemas da crise de 2008 e cobrar dos outros países que tomem a decisão correta.
O presidente brasileiro defendeu que as organizações multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização das Nações Unidas (ONU) sejam mais rigorosas para enfrentar as adversidades. “As instituições financeiras exigem reformas. Hoje são uma sombra distorcida de um passado há muito superado”, afirmou. Lula e o presidente russo, Dmitri Medvedev, defenderam a criação de uma conexão aérea direta entre os dois países e a adoção de uma moeda única para o desenvolvimento das relações bilaterais.
Lula disse que está convencido de que a melhor resposta à crise é redobrar esforços para atingir a meta de US$ 10 bilhões em volume de trocas comerciais com a Rússia. “Para isso devemos reverter a concentração da pauta bilateral em produtos de baixo valor agregado e evitar barreiras não tarifárias de lado a lado”, afirmou.