A escolha do nome de Nelson Barbosa para o Ministério da Fazenda foi bem recebida tanto pelo PT quanto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que enxergam no novo ministro a possibilidade de mudanças na política econômica do governo.

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“Trata-se de um ministro experiente, com reconhecidas qualidades técnicas, habilidade política e sempre aberto ao diálogo. Minha expectativa é de que, sob a orientação da presidente Dilma, ele sinalize para a população e para o empresariado medidas para a retomada do crescimento econômico com inclusão social, geração de empregos e sustentabilidade, investimentos em infraestrutura e inflação sob controle”, disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Já o presidente do diretório estadual do partido em São Paulo, Emidio de Souza, lembrou que embora Barbosa seja mais alinhado ao PT do que o antecessor, Joaquim Levy, vai enfrentar dificuldades pelo estado de deterioração da economia nacional. “Não tem milagre na crise econômica brasileira, mas ele encarna uma ideia de economia que representa melhor o que o PT pensa”, avalia o dirigente.

Lula

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No Instituto Lula, a escolha foi bem vista. Embora tenha avalizado o nome de Levy, Lula vinha pedindo mudanças no rumo da economia desde agosto, principalmente por motivos políticos. Lula avalia que a forma como o ajuste fiscal foi executado afastou Dilma da base que a elegeu em 2014.

Segundo interlocutores do ex-presidente, há anos Lula prepara o novo ministro para o cargo. Depois de deixar o governo, em 2010, Lula levou o economista para o Instituto Lula, estimulou Barbosa a se reaproximar da comunidade acadêmica e carregava o colaborador em encontros com grandes empresários e representantes do mercado financeiro. Tudo com o objetivo de tirar de Barbosa o “ranço sindical” – ele foi assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) – e torná-lo mais palatável ao andar de cima.

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Ainda segundo interlocutores de Lula, foi o ex-presidente quem aconselhou Barbosa a manter a discrição e não entrar em disputas públicas.

A nomeação foi saudada ontem no Instituto Lula. “É uma ótima pessoa. Tem experiência em administração pública, sabe da responsabilidade de colocar o País em equilíbrio fiscal, mas tem sensibilidade para fazer a política de desenvolvimento e geração de empregos”, disse Paulo Okamotto, presidente do instituto.

Unidade

No PT, a escolha de Barbosa provocou o raro fenômeno de agradar, praticamente, à totalidade das forças políticas do partido, incluindo as correntes de esquerda.

“Apoiamos integralmente a decisão da presidente Dilma de fazer a substituição do ministro Levy e a escolha de Barbosa. Espero que o eixo da economia agora seja a orientação do programa de governo eleito em 2014, ainda que se possa discutir quais os passos para chegar lá”, disse Carlos Henrique Árabe, secretário de Formação do PT e da corrente Mensagem, a segunda maior do partido.

O deputado Renato Simões (PT-SP), da minoritária Militância Socialista, comemorou nas redes sociais. “Nelson Barbosa é expectativa de diálogo com movimentos sociais que cobram o programa econômico vitorioso nas urnas em outubro passado. Golaço da presidente Dilma para fechar uma semana vitoriosa.”

O nome de Barbosa também agradou, com ressalvas, aos movimentos sociais que foram às ruas na quarta-feira para protestar contra o impeachment. “Preferia o Marcio Pochmann (Unicamp), mas o Nelson Barbosa tem todas as condições de tirar o Brasil dessa armadilha”, disse Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo