Foto: Agência Brasil |
Lula em Goiás: é preciso levar equilíbrio nas compras e vendas externas. |
Mineiros, GO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a política de juros adotada pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação, em discurso, ontem, na inauguração de um complexo da Perdigão de produção de carnes de aves para exportação, em Mineiros (Goiás). ?Os juros podiam cair mais, mas as pessoas esquecem quanto estavam os juros há quatro anos?, afirmou. Sobre as críticas que são feitas à valorização do câmbio, Lula disse: ?O dólar quem vai ajustar é o mercado, não o presidente da República.?
Lula voltou a afirmar que o País vive o melhor momento econômico desde a Proclamação da República: ?Não existe momento, na história da República, em que a economia tenha tido tantos fatores positivos, fatores esses que nos dão certeza de que o Brasil encontrou o seu caminho.?
O presidente defendeu também o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a política do governo de incentivo à produção de combustíveis renováveis e elogiou os produtores de cana. Ao falar do PAC, Lula afirmou que as medidas nele previstas consolidam um momento positivo que o País vive. ?Não tem, na história do Brasil, nenhum programa com a seriedade do PAC. E o PAC é apenas o começo de um novo momento.?
Relação comercial
O presidente defendeu, ainda, uma ampliação das compras brasileiras de produtos dos países para os quais exporta. Pouco antes, em discurso na mesma cerimônia, o governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), havia reclamado das ?dificuldades? impostas pela Rússia à entrada de carnes brasileiras naquele país. ?Nós reivindicamos tanto que a Rússia compre nossa carne, mas não compramos nada da Rússia. Precisamos comprar alguma coisa deles?, disse o presidente. ?É preciso manter um equilíbrio na balança comercial, e isso é que dá justeza no comércio internacional.?
Lula citou também como exemplo de relação comercial que precisa de equilíbrio a do Brasil com a Venezuela, pois, segundo ele, o País tem hoje, nessa relação, um superávit de US$ 2,5 bilhões. ?Chega uma hora em que isso cria problema, e nós precisamos comprar alguma coisa (da Venezuela)?, disse o presidente. Da produção do complexo da Perdigão, inaugurado por Lula, 80% se destinam à exportação.
Pouco antes, o presidente da Perdigão, Nildemar Secches, em discurso, pedira providências do governo federal no sentido de ampliar a eficiência dos serviços de vigilância sanitária no País para impedir doenças no rebanho brasileiro. Lula, em resposta, afirmou que é preciso ?co-responsabilizar (pelas doenças, como a aftosa) a pessoa que tem a doença no seu rebanho?.