O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem a cerca de 500 empresários americanos que o Brasil “é um bom negócio”, em uma reunião em Nova York, para falar sobre a agenda de reformas, crescimento sustentável, crescimento da economia brasileira, PPP (Parcerias Público-Privadas), e sobre oportunidades para empresários estrangeiros no Brasil. “Estamos aqui para conversar, para mostrar o que estamos fazendo, para falar com vocês sobre o que já temos feito e para convencê-los de que o Brasil é um bom negócio para quem quiser fazer bons investimentos”, disse Lula.
“Queremos verdadeiramente facilitar a vida de quem quer investir no Brasil”, disse Lula. O presidente viajou acompanhado pelos ministros Antônio Palocci (Fazenda), Guido Mantega (Planejamento) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).
O presidente revelou que a idéia da reunião com empresários americanos foi uma iniciativa do ministro Furlan. O governo brasileiro tenta reverter a tendência de queda dos investimentos estrangeiros diretos no País.
Em 2001, os investimentos estrangeiros diretos no Brasil somaram US$ 22,4 bilhões. Em 2002, caíram para US$ 16,5 bilhões e, em 2003, chegaram a US$ 10,1 bilhões.
Hoje, o presidente abrirá, juntamente com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, o evento “Global Compact”, que visa estimular uma aproximação entre a organização, empresários e ONGs para cumprir as metas sociais estabelecidas pelas Nações Unidas para 2015, conhecidas como Metas do Milênio (conjunto de melhorias sociais, como a redução de pobreza e nas áreas de saúde e educação).
Bolha
Lula afirmou que quer evitar uma “bolha de crescimento” em um ano eleitoral. “É bom confessar a vocês que foi com muito sacrifício que nós resolvemos assumir a responsabilidade de pagar o preço que tínhamos de pagar para dar ao Brasil a oportunidade de não ter apenas o chamado crescimento eventual ou uma bolha de crescimento em época eleitoral”, disse Lula.
“Não adianta crescer 7% num ano e cair 7% no ano seguinte. Nós preferimos crescer menos, mas de maneira sustentável. Obviamente procurando o crescimento máximo dentro das condições existentes.” Segundo o presidente, o governo tem uma estratégia de longo prazo e busca um crescimento sustentável.
“Queremos promover o crescimento sustentável, contínuo, ao mesmo tempo em quem o Brasil tem uma política social mais ousada.” O presidente brasileiro também falou que as eleições deste ano não estão orientando as políticas do governo. “Não estamos pensando o Brasil eleitoralmente. Estamos pensando o País para os próximos 20 a 30 anos.”
O presidente afirmou ainda que o governo não tem a intenção de aumentar impostos. “Adotamos uma política fiscal dura. Não podemos gastar mais e também não podemos aumentar a arrecadação, o que aumentaria o custo do produto brasileiro.”
Integração
O presidente destacou durante seu discurso a importância da intensificação das relações entre os países da América do Sul. “Até o fim do ano, todas as nações da América do Sul vão estar integradas no Mercosul”, disse o presidente.
“Temos agora de melhorar a infra-estrutura física de transportes para que um chefe de Estado sul-americano não tenha que passar pelos Estados Unidos para chegar ao Brasil como acontece muitas vezes hoje.”
Lula disse que o encontro que acontece agora em Nova York é parte da estratégia de política externa de seu governo. “Tivemos uma reunião em Genebra e depois daquela oportunidade o ministro Furlan sugeriu que fizéssemos encontros semelhantes aqui em Nova York”, disse.
“Nossa intenção é mostrar aos investidores as grandes oportunidades que existem no Brasil.”