Em reunião com representantes de movimentos sociais do Rio Xingu (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou que o projeto da usina hidrelétrica de Belo Monte “jamais será empurrado goela abaixo”. O relato foi feito por Dom Erwin Krautler, bispo de Xingu e presidente do Conselho Indigenista Missionário, que participou da reunião.

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Os representantes de moradores, contrários à construção de Belo Monte, estiveram por cerca de três horas reunidos com representantes do Ministério de Minas e Energia e da Eletrobrás, e por uma hora com o presidente Lula. Eles alegam que o projeto de Belo Monte afetará diversos povos indígenas que habitam a região, colonos e ribeirinhos, e causará uma explosão migratória de 200 mil pessoas para a região. Para o bispo, os estudos ambientais feitos até o momento ainda não chegaram à conclusão sobre o impacto social e ambiental da obra.

O governo quer licitar o projeto da hidrelétrica de Belo Monte até o fim de outubro. Para isso, porém, precisa que o Ibama entregue a licença ambiental prévia da hidrelétrica. O processo de licenciamento está parado há cerca de um mês, devido a uma liminar da Justiça Federal, no Pará.

Segundo bispo, Lula disse aos representantes de moradores que fará outras reuniões com eles para discutir o projeto e pediu para que a área energética do governo faça uma síntese do projeto, em resposta às críticas feitas pelos movimentos sociais. O projeto de Belo Monte é polêmico e já gerou cenas de violência como no ano passado, quando alguns índios atacaram com facões um engenheiro da Eletrobrás. Questionado se os movimentos sociais deram a Lula uma garantia de que a violência não se repetirá, o bispo respondeu apenas que o que houve foi um mal-entendido. Segundo ele, o episódio foi um acidente e não houve intenção dos indígenas de ferir o engenheiro da Eletrobrás. Não quero polemizar, mas os índios jamais queriam fazer aquele corte. Até o atingido já admitiu que foi um acidente”, disse.

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