Lula defende compromisso agrícola

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Lula fala em ?triângulo de compromisso?.

É preciso criar um ?triângulo de compromisso? entre a União Européia, o G 20 (grupo de 20 países em desenvolvimento) e os Estados Unidos para resolver as questões relacionadas a produtos agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC), disse ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa semanal de rádio.

?Se não houver um acordo, eu acho que haverá um retrocesso muito grande?, disse Lula no Café com o Presidente. ?Os países pobres continuarão ficando mais pobres. E o que nós queremos? O que nós queremos é fazer um acordo em que cada um faça uma pequena concessão.?

Segundo o presidente Lula, tanto os países ricos quanto os países em desenvolvimento precisam diminuir barreiras e subsídios. ?A União Européia tem que flexibilizar no acesso ao mercado agrícola para os países em desenvolvimento e para os países mais pobres. Os Estados Unidos têm que cumprir a sua parte, reduzindo a quantidade de subsídios, que é muito forte na agricultura americana?, disse Lula, que também destacou a necessidade de o G 20 fazer ?uma flexibilização nos bens industriais e serviços?.

O presidente lembrou ainda que em julho se encerra o prazo para a realização de um acordo.

Oferta melhorada

A União Européia (UE) está pronta para ?melhorar sua oferta sobre o acesso ao mercado para produtos agrícolas se seus parceiros da OMC (Organização Mundial do Comércio) fizerem o mesmo em relação aos subsídios internos agrícolas e as tarifas alfandegárias industriais?, voltou a declarar o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, ontem, em Bruxelas.

Para Mandelson, que falou a uma comissão do Parlamento europeu, é possível ?aproximar (a oferta européia) das reivindicações feitas pelo G-20 (dos grandes países emergentes) dentro do quadro do mandato confiado pelo conselho de ministros europeus?. ?Mas nós apresentaremos uma nova oferta apenas se, ao mesmo tempo, os outros fizerem avanços satisfatórios sobre os apoios internos à agricultura e as tarifas industriais?, insistiu o comissário europeu.

A exigência sobre as subvenções internas à agricultura refere-se, essencialmente, aos Estados Unidos, enquanto que a dos direitos aduaneiros industriais visa aos países do G-20, sobretudo ao Brasil, que são os principais reivindicadores de uma maior abertura dos mercados agrícolas.

?Todos os grandes atores da Rodada de Doha devem empreender um difícil, porém necessário, ajuste de suas posições para encontrar um meio termo para que todos saiam ganhando o suficiente?, insistiu Mandelson.

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