O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou hoje da cerimônia que marcou a solda inicial no alcoolduto que ligará inicialmente Ribeirão Preto a Paulínia, no interior paulista, e que compõe o Sistema Integrado de Transporte de Etanol. Em discurso proferido no evento, o presidente admitiu que o sistema para o escoamento do etanol deveria ser construído para levar o combustível das regiões produtoras aos portos para ser exportado, mas que a função da obra de R$ 5,7 bilhões mudou desde 2007, quando fora anunciada. A alteração, segundo ele, ocorreu pela indefinição do mercado externo quanto ao uso do combustível.
“Quando pensamos que a Petrobras devesse colocar o alcoolduto na programação, trabalhávamos com festa imensa, promessas e promessas que o mundo iria começar a utilizar etanol”, disse. “Isso não aconteceu porque o chamado mundo desenvolvido não fala com a mesma coerência de livre comercio que nós falamos”, concluiu Lula, criticando mais uma vez as políticas protecionistas de outros países.
Lula também voltou a elogiar os usineiros, com os quais, de acordo com ele, houve “uma quebra de preconceitos” e “o estabelecimento de política de confiança” durante o seu governo. Disse ter certeza que em 2002, quando foi eleito, 99% votaram contra ele por medo e que não sabia quantos foram em 2006 e nem na eleição de Dilma. “Pode até ter usineiro que não gosta e não vota, mas vai ter de olhar para mim (e dizer): ô baixinho, tu foste o que mais cuidou da gente e mais tratou a gente como cidadão”, afirmou.
O presidente, entretanto, voltou a alertar os usineiros pelas altas seguidas do preço no etanol nos postos e defendeu a substituição do combustível pela gasolina sempre que o preço do álcool chegar a 70% do valor do derivado de petróleo “Nós sempre trabalharemos com a ideia que o etanol seja barato, porque toda vez que o etanol chegar aos 70% do preço da gasolina nos postos é mais econômico utilizar gasolina, e todos os produtores de etanol sabem disso”.
