O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que muitas empresas não aderiram à lei geral das pequenas e microempresas, buscando benefícios para se instalarem, porque muitos prefeitos e governantes não fizeram a sua parte, de abrir mão dos impostos. “Já aprovamos a lei e muita gente ainda não aderiu. Muitos prefeitos e governadores não fizeram a lição de casa. Ninguém quer abrir mão do imposto”, reclamou Lula. “Por isso é que a gente não aprova a reforma tributária nunca”, justificou.
Lula lembrou mais uma vez que deixará o cargo em nove meses e que o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamoto, terá de sair também. “Você também vai precisar cair fora, Paulo. É preciso inovação e renovação para que as coisas possam funcionar mais a contento”, recomendou. “Mas saio com a convicção de que certamente não pude fazer tudo, mas fiz tudo o que o Sebrae me reivindicou e que esteve ao meu alcance, mas eu sei que vocês podem mais e o Sebrae pode sempre inovar”, observou, acrescentando que o Sebrae “continuará e será mais forte”.
Lula reclamou do fato de o Sebrae e os donos de micro e pequenas empresas nunca terem reivindicado a criação de um Ministério para atender o setor, que tem interesses específicos, que nem sempre são atendidos pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ele citou como exemplos de setores incompatíveis na mesma pasta a Pesca e a Reforma Agrária, que foram separados do Ministério da Agricultura. Nos dois casos, disse, essa união era “inconcebível e incompatível”.
Depois de ensinar que o empreendedor do Sebrae tem de ser um “garimpeiro de oportunidades” no mundo inteiro, e que a instituição tem de fazer mais, o presidente Lula parafraseou o lema da campanha tucana, que diz que o Brasil pode mais, lema repetido outras vezes em seu discurso: “Eu acho que o Sebrae pode e pode muito mais”.
Em um discurso de 45 minutos, de improviso, o presidente Lula informou ainda que a Índia tem 26 milhões de micro e pequenas empresas e alertou que empresas têm de inovar porque a competição é muito grande. “Vocês têm de descobrir o ponto G da criatividade do ser humano para os negócios”, completou ele, provocando risos na plateia.