O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o Brasil e a China têm obrigação de lutar por uma nova ordem mundial. Ao receber o presidente chinês, Hu Jintao, no Palácio do Itamaraty, Lula destacou, em discurso, as relações comerciais entre os dois países. Ele citou uma série de empreendimentos chineses no Brasil, como a construção de uma siderúrgica no Rio de Janeiro, em parceria com empresas brasileiras e chinesas.
Lula disse que os empresários chineses têm uma grande oportunidade com a modernização da infraestrutura brasileira. Ele lembrou que o Brasil vive a expectativa de realizar a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos de 2016. “São expectativas que oferecem oportunidade de engajamento de empresários chineses na modernização da infraestrutura do Brasil”, afirmou.
Lula também cobrou maior empenho de empresários brasileiros nas relações comerciais com Pequim. “O empresário brasileiro tem de ser mais arrojado na conquista do consumidor chinês.” Ele ressaltou que o governo brasileiro tem ampliado a rede consular na China e citou a abertura de um consulado no Cantão que, segundo ele, servirá para implementar o turismo e apoiar empresários chineses e brasileiros.
Lula também comentou temas da agenda global. Disse que são preocupantes as ameaças de mudanças climáticas e que é preciso uma reformulação de organismos internacionais. Ele defendeu uma “globalização assimétrica”, com mais igualdade entre países pobres e ricos e organizações como a Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula ainda prestou solidariedade ao presidente chinês pelas vítimas do terremoto ocorrido ontem no noroeste da China. Ele disse que o governo e o povo brasileiros estão acolhendo mais que um grande estadista, um amigo, um parceiro de uma aliança estratégica.
Acordos
Brasil e China assinaram também hoje acordos de requisitos fitossanitários que permitem exportações brasileiras de folhas de tabaco e carne bovina processada para a China. O presidente Lula disse que os acordos abrem novos horizontes para aumentar as exportações brasileiras de produtos agrícolas para a China. Ainda não foram divulgados detalhes sobre os acertos.
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