Lula: avanço supera a melhor fase do real

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, ontem, em Curitiba, que a economia brasileira está crescendo mais do que nos melhores momentos do real. Segundo Lula, que esteve conversando com empresários na Associação Comercial do Paraná (ACP), o Brasil vem colhendo os melhores resultados dos últimos tempos. “Quem diz isso não é um sindicalista operário e sim a Confederação Nacional da Indústria (CNI)”, justificou.

Num discurso inflamado, Lula tentou sensibilizar os comerciantes a acreditarem no Brasil. O presidente pediu a eles uma boa cumplicidade e se comprometeu a fazer reuniões com as associações comerciais do Brasil, a exemplo das discussões que tem com as federações das indústrias.

Para justificar o crescimento da economia, Lula comparou seus 18 primeiros meses de governo com os 18 primeiros e os 18 últimos de Fernando Henrique Cardoso. “A cesta básica subiu 7,23% no começo do governo anterior e 39% no final. Até agora, na nossa administração, subiu 2,8%. A energia subiu 20,35% e 40,6% no período anterior e apenas 11% nos nossos primeiros 18 meses”, citou, destacando que a telefonia subiu 114% no início do governo FHC e 17% no começo de seu governo. Lula disse que de janeiro a agosto desse ano foram criados 1,6 milhão de empregos com carteira assinada, recorde desde 1992.

Para Lula, “o importante é que o Brasil continue crescendo, por isso uma base sólida está sendo feita”. “O País tem que ser pensado para 30 anos e não de quatro em quatro, a cada eleição.” Lula disse que sua administração vem procurando desonerar o empresariado para incentivar a produção.

O presidente lembrou que suas viagens foram importantes para expandir as relações comerciais brasileiras além dos Estados Unidos e da União Européia. Segundo Lula, foram visitados 48 países e em nenhum deles o percentual de exportações subiu menos do que 30%. “No Oriente Médio foi 50%, na África 37,5% e ainda está faltando o Japão”, contou. Lula destacou que a criação do G-20 foi importante para que o País obtivesse importantes vitórias na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“Coitadinho”

Lula disse que nesses 18 meses procurou fazer com que parem de olhar o Brasil como “coitadinho”, destacando que o País pode ser referência em vários setores. “Nós não só exportamos soja como aviões. Que país tem tecnologia para construir um veículo que pode usar etanol, gasolina e gás natural?”, questionou. Indagado sobre a redução dos juros, o presidente respondeu com uma convocação de parceria, principalmente no controle de preços. Ele pediu aos empresários que cada vez mais criem cooperativas de crédito, para que o sistema financeiro nacional não seja o único financiador do Brasil. O presidente também criticou a falta de homogeneidade nas políticas tributárias. “Após as eleições, vamos conversar com os governadores, entre eles o Requião, que não querem continuar fazendo essa guerra fiscal.”

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