O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que o “apoio maciço” do continente africano foi fundamental para a vitória do embaixador Roberto Azevêdo para a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Espero que Roberto Azevêdo tenha força para colocar o mundo na mesa e negociar o comércio, sobretudo com essa crise agora. É melhor um acordo único na OMC”, disse.

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Lula afirmou, ainda, que o Brasil tem “a fome e a vontade de comer”, em referência aos diretores-gerais da OMC, Roberto Azevêdo, e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO, José Graziano da Silva. “Tudo que um país produtor precisa é de consumidor. Quanto mais pobre passar a consumir, mais chance eu tenho de vender”, disse.

Segundo o ex-presidente, a economia brasileira deu um salto de qualidade quando o governo “inseriu o pobre no Orçamento da União”. “Pobre não é problema. Pobre é solução”, concluiu. Lula reconheceu, ainda, que o PIB de 2012 foi pequeno, mas destacou a criação de postos de trabalho. “O ano passado foi um ano com um pibinho, mas mesmo assim gerou 1,2 milhão de empregos no País”, disse.

O ex-presidente afirmou que “ajudar no financiamento dos países africanos tem que ser uma estratégia de desenvolvimento para o País”. Ele participou de seminário que trata da relação entre os dois países, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

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“Se quisermos fortalecer a relação com os países africanos, temos que fazer negócio envolvendo os governos. Sem participação do governo e do Estado, as coisas não funcionam. E a democracia está intimamente ligada ao desenvolvimento com participação de todos”, disse. “Fazer parceria com países africanos é muito bom para a África, mas para o Brasil também”.

Lula disse que espera que a presidente Dilma Rousseff tenha “boas e muitas novidades” para anunciar na próxima ida ao continente africano. Ele lembrou que de 2002 até agora, o número de embaixadas brasileiras na África dobrou. “O Brasil precisa caminhar para ter embaixadas em todos os países africanos”, defendeu.

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“Estou seguro de que podemos aumentar tanto nossa cooperação social quanto nossos investimentos na África”, afirmou. Ele lembrou que o comércio brasileiro com a África representa 5,3% das relações comerciais brasileiras com o mundo. Disse, ainda, que o fluxo de comércio do Brasil para a África era de US$ 5 bilhões em 2002 e quintuplicou até 2012, quando chegou a cerca de US$ 26 bilhões.