O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (14) que existe a possibilidade de um fim satisfatório para a Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas o acordo não estão nas mãos do Brasil, disse pela manhã, durante o programa de rádio "Café com o Presidente".
Para Lula, as negociações dependem da redução do protecionismo agrícola dos países ricos. "Se nós nos colocarmos de acordo com a questão industrial e eles cederem na questão agrícola, como estão dispostos a ceder, eu penso que nós teremos um acordo extraordinário", declarou. "Nós apenas estamos tomando cuidado para não permitir que a flexibilização que eles (os países ricos) querem no setor industrial possa significar o impedimento do desenvolvimento industrial das economias mais frágeis", ponderou.
O presidente destacou que durante sua participação na reunião de cúpula do G-8, grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia, ele chamou a atenção para a crise dos alimentos. Sobre a questão ambiental, Lula afirmou a intenção de promover um debate "cientificamente sério" e convocou os países participantes para um seminário internacional sobre biocombustíveis em novembro. "Eu quero discutir números porque o Brasil neste aspecto é um dos países que menos polui", afirmou. Lula informou ainda que assumiu compromisso de aumentar o comércio com o Vietnã, Indonésia e Timor Leste.