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O Bradesco fechou 2004 com lucro líquido recorde de R$ 3,06 bilhões, superando em 32,7% o resultado do ano de 2003, que somou R$ 2,306 bilhões. Este é o maior lucro já registrado na história do banco, superando o resultado de 2001 (R$ 2,872 bilhões, valor ajustado pelo IPCA), segundo a consultoria Economática. No quarto trimestre do ano passado, 70% do lucro líquido de R$ 1,058 bilhão teve origem nas atividades financeiras e 29% nas atividades de seguros, previdência complementar e capitalização.

Em 2004, o valor de mercado do Bradesco cresceu 25,8%, ultrapassando a marca de R$ 28,5 bilhões.

O Bradesco é o primeiro entre os grandes bancos brasileiros a divulgar balanço financeiro referente a 2004. As próximas divulgações previstas são do Unibanco (17/02), Banco do Brasil (21/02) e Itaú (22/02).

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As receitas de prestação de serviços cobriram, em 2004, 58,8% das despesas totais do banco (pessoal e outras despesas administrativas), contra um índice de 47,5% em 2003. Segundo o banco, esse crescimento se deve basicamente ao aumento da base de clientes. Houve um incremento de R$ 1,27 bilhão.

Em 2004, os maiores crescimentos vieram principalmente da administração de fundos e carteiras no montante de R$ 298 milhões; das rendas de cartões, de R$ 251 milhões; e de conta corrente, de R$ 220 milhões.

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Crédito

O Bradesco encerrou este 4.º trimestre com patrimônio líquido de R$ 15,2 bilhões e índice de Basiléia (BIS) de 16,1%, – o mínimo, no Brasil, é de 11%. Esse índice de Basiléia possibilitaria incrementar a carteira de crédito do banco em R$ 60 bilhões.

Na comparação entre 2004 e 2003, a carteira de títulos e valores mobiliários cresceu R$ 8,6 bilhões e a carteira de crédito avançou R$ 8,4 bilhões, principalmente nos segmentos de pessoas físicas, e das micro, pequenas e médias empresas.

A carteira de crédito atingiu o volume de R$ 62,8 bilhões, um crescimento de 15,6% na comparação anual, e de 4,7% na trimestral.

Depósitos

Os depósitos totais cresceram 18,3% no ano e 6% no 4.º trimestre, somando R$ 68,6 bilhões. Os depósitos à vista cresceram R$ 516 milhões no trimestre; os depósitos de poupança, R$ 1,6 bilhão; e os depósitos a prazo, R$ 1,6 bilhão.

 

Resultado é atribuído a maior base de clientes

O lucro recorde de R$ 3,060 bilhões registrado pelo Bradesco em 2004 é resultado do crescimento orgânico, ou seja, da base de clientes, que contribuiu com o aumento dos empréstimos entre pessoas físicas e empresas de pequeno e médio porte. A afirmação foi feita pelo presidente do banco, Márcio Cypriano. O total de correntistas do grupo passou de 14,3 milhões para 15,7 milhões entre 2003 e 2004.

Os empréstimos do Bradesco para pessoas físicas totalizaram R$ 21,2 bilhões em 2004, 35,9% superior ao resultado de 2003. Já as pequenas e médias empresas demandaram crédito no montante de R$ 18,7 bilhões, 32,6% a mais do que no ano anterior.

"Após dois anos de pouca demanda, a carteira de crédito voltou a crescer, em particular junto a pessoas físicas e pequenas empresas", disse Cypriano.

Segundo o Bradesco, 2004 foi um ano "muito bom" para a economia brasileira, o que incentivou a demanda por empréstimos entre pessoas físicas e pequenas empresas.

Por outro lado, houve queda de 7% na carteira de crédito de grandes empresas, que passou de R$ 24,6 bilhões para R$ 22,9 bilhões. Esse movimento, segundo o executivo, ocorreu porque as grandes companhias têm mais condições de conseguir dinheiro no exterior – por meio de captações – e no mercado de capitais.

A carteira de crédito do banco representou 32% do lucro registrado no ano passado pela instituição. A área de seguros foi responsável por 29% do resultado. Teve participação expressiva também no lucro de 2004 a receita proveniente da cobrança pela prestação de serviços – que inclui tarifas.

Previsões

Para 2005, Cypriano projeta uma expansão de 20% a 22% na carteira de crédito. Segundo o executivo, parcerias como a fechada com a rede de lojas Casas Bahia no ano passado vão colaborar para que o resultado projetado seja atingido.

Ele projeta um crescimento de aproximadamente 35% para os empréstimos a pessoas físicas e de 30% para pequenas empresas. Cypriano conta também com um aumento de 8% no crédito para grandes empresas.

As estimativas de crédito para 2005, segundo o executivo, têm como base um crescimento previsto de 3,6% para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano.

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE, deve ficar próxima de 5,6%, segundo análise do Bradesco. A meta perseguida pelo Banco Central neste ano é de 5,1%.