A Caixa Econômica Federal anunciou hoje lucro líquido de R$ 890 milhões no segundo trimestre, alta de 26,1% ante o mesmo período de 2009. No primeiro semestre, o lucro foi de R$ 1,7 bilhão, expansão de 44,1% na comparação com igual período do ano passado. O retorno sobre o patrimônio líquido médio alcançou 25,8%, o mais elevado até agora entre os grandes bancos brasileiros.

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O resultado do banco foi puxado pela forte expansão do crédito, principalmente o imobiliário. O saldo total da carteira alcançou R$ 86,9 bilhões no final de junho, avanço de 58%. Com esse desempenho, a participação do banco no crédito imobiliário do País cresceu 3,4 pontos porcentuais e chegou a 75,9%.

No total, o saldo de empréstimos do banco chegou a R$ 149,152 bilhões, expansão de 50,3%. Na carteira comercial (que exclui os setores imobiliário e de infraestrutura) para pessoa física, o saldo de final de junho foi de R$ 24,9 bilhões, expansão de 35,4%, enquanto para pessoas jurídicas houve alta de 47,4%, para R$ 27 bilhões.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Marcio Percival, prevê que os empréstimos vão continuar aquecidos até o final do ano, por conta da expansão da economia. O banco trabalha com previsão de crescimento de 45% para a carteira de crédito total em 2010.

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Menor inadimplência

Assim como nos bancos privados, a Caixa registrou queda dos calotes e ficou com o menor indicador de inadimplência do mercado (o Banco do Brasil só divulgará seus números na segunda-feira). A taxa total de inadimplência, considerando os atrasos superiores a 90 dias, terminou o semestre em 2,3%, abaixo do indicador de junho do ano passado, de 2,6%. “O crescimento da economia ajudou a melhorar esses números. Estamos crescendo com melhora da qualidade de ativos e com menor inadimplência”, destaca Percival.

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No crédito imobiliário, a taxa de inadimplência ficou em 1,7%, também com queda na comparação com junho do ano passado, quando estava em 2%. Para efeito de comparação, o Bradesco fechou junho com 4% e o Itaú, com 4,6%. Na carteira comercial (que inclui os empréstimos para pessoas físicas), a inadimplência da Caixa foi de 3%.

O índice de Basileia, indicador que mede quanto o banco pode crescer no crédito sem comprometer seu capital, terminou em 17,1%, ante 18,8% no mesmo período do ano passado. O Banco Central exige índice mínimo de 11%.

As receitas com prestação de serviços cresceram 17,6%, para R$ 5 bilhões. Com o crescimento dos empréstimos, foram as tarifas ligadas ao crédito que mais cresceram, com expansão de 41,6%.

Crescimento orgânico

A Caixa fechou junho com ativos de R$ 380,5 bilhões, crescimento de 11,3% no semestre. O banco teve crescimento orgânico. No semestre, ampliou sua base de clientes, que aumentou 5,7%, para 51 milhões, considerando correntistas e poupadores.

Em entrevista à imprensa no início desta semana, quando anunciou a entrada da Caixa na bandeira de cartões Elo, a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, destacou que a instituição está abrindo 15 mil contas por dia, graças à expansão para a baixa renda. Desde 2003, quando começou seu programa de inclusão bancária, abriu 8 milhões de contas.