Reeleito com 60% dos votos válidos – 56 contra 36 do adversário Álvaro Luiz Scheffer -, o presidente do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Rodrigo da Rocha Loures, negou ?racha? entre o empresariado do setor e disse que, encerrado o processo eleitoral, vai ?olhar daqui para frente?. ?Não houve rompimento das relações pessoais com outros empresários, assim como não houve com o governador. Houve divergência de entendimentos, de estilos, idéias. Agora, encerrou-se o processo eleitoral e fui eleito para ser o condutor da entidade que representa os industriais?, afirmou Loures ontem, durante entrevista coletiva à imprensa. ?Agora, vamos olhar daqui para frente e tratar de implementar esta agenda.?
Entre as prioridades para o segundo mandato frente ao Sistema Fiep, Rocha Loures destacou duas: o plano de gestão, voltado para os assuntos internos do sistema, e a proposta de política industrial do Paraná, apresentado recentemente ao governo do Estado. ?A federação não responde pelos investimentos, mas indica caminhos para estimular áreas de oportunidades?, explicou. Ele criticou a falta de política industrial não apenas no Paraná, mas em todo o País. ?É necessário que o Brasil tenha um banco de projetos. Há recursos, vontade de investir, mas não existem projetos para instruir.?
Rocha Loures reclamou, ainda, da alta carga tributária e defendeu o teto de 25% – hoje, os tributos representam aproximadamente 37% do PIB (Produto Interno Bruto). ?Ou o Brasil oferece condições competitivas em relação a outros países ou a reversão do processo de desindustrialização não vai acontecer?, alertou. ?A redução da carga tributária vai forçar o governo a racionalizar os recursos.? Para pressionar o governo a abrir mão da arrecadação de alguns impostos e contribuições – como é o caso da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) -, Loures defende a união da sociedade civil.
Relação institucional
Sobre a relação com o governo do Estado – que apoiou a chapa adversária a Rocha Loures -, o dirigente afirmou que a relação institucional será mantida. ?O governo é uma instituição, a Fiep outra, e sempre que houver necessidade a relação vai estar acontecendo?, afirmou. ?Espero que seja de muito respeito e cooperação. Através do diálogo, as coisas se resolvem?, amenizou.
Com relação à administração do Porto de Paranaguá – pivô das divergências entre o governo do Estado e a Fiep -, Loures afirmou ser favorável à profissionalização dos serviços públicos. ?Não é uma questão específica do porto, nem do Paraná; é nacional. Falta gerenciamento técnico dos serviços públicos, como saúde, educação, portos, aeroportos?, criticou. ?À medida em que o porto der tratamento profissional, mais eficiente será, como seria qualquer outro estabelecimento público.? O presidente reeleito toma posse no dia 1.º de outubro e ficará à frente da instituição até 2011.