A LG Agronegócios e Participações, pertencente ao conglomerado argentino Los Grobo, pretende retomar os planos de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil quando houver mais tranquilidade nos mercados.

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Em entrevista à Agência Estado, o presidente da companhia, Gustavo Grobocopatel, explicou que o “Los Grobo tem um projeto de crescimento que necessita de incorporação de capital”. E, portanto, a oferta que seria feita no Brasil não foi abandonada, apenas adiada. “A operação de IPO foi postergada até encontrar um melhor momento do mercado”, disse Grobocopatel.

A companhia havia entrado com o pedido de registro de oferta em 31 de maio deste ano, mas no dia 21 de setembro a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou em seu site que a LG Agronegócios e Participações não levaria a operação adiante.

A LG é a holding que abrange o Grupo Sollus, Los Grobo (incluindo a Ceagro) e CMAA, e tem como sócios a família argentina Grobocopatel e a Vinci Partners, gestora formada por ex-sócios do Banco Pactual.

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Sobre o momento de volatilidade global e os riscos de uma nova recessão mundial, o presidente do Los Grobo admitiu a possibilidade de um desaquecimento da demanda. Mas isso, segundo ele, “não será um problema, e sim um alívio, já que a oferta não podia acompanhar a contínua e elevada demanda”.

De acordo com o empresário, os preços das commodities agrícolas serão mantidos em patamares elevados. “Eu acredito que, além da volatilidade de curto prazo, estamos em um período no qual a faixa dos preços dos grãos se manterá elevada em termos históricos”, disse.

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Em caso de uma queda dos preços, mesmo que pequena, o “rei da soja” na Argentina disse que “o melhor remédio para a baixa de preços é a própria baixa de preços”. “Se os preços baixam muito, isso acabaria estimulando a demanda e se deteria a queda. O mesmo vale para as altas de preços. Por isso, a decisão de venda deve estar baseada em estratégia de gestão de risco, e não especulativa.”

Nesse sentido, Gustavo Grobocopatel sugeriu que os produtores avaliem o momento de vender, não considerando apenas o melhor preço, mas uma “relação risco/benefício equilibrada”.